ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O COLÉGIO DOM BOSCO REALIZADA EM DIA 31 DE MARÇO DE 2011

 

Aos trinta e um dias do mês de março de dois mil e onze, deu-se início à Audiência Pública do Colégio Dom Bosco, em Cachoeira do Campo, sob a Presidência do Vereador Flávio Andrade. Vereador Flávio Andrade: "Boa noite a todos, vamos começar então a nossa Audiência Pública da Câmara Municipal de Ouro Preto. Convidar para estar com a gente aqui na mesa o vice Prefeito Doutor Dimas, pode bater palma que é bom; eu queria pedir para todo mundo sentar mais para frente, não pode ser não, para a gente poder ficar mais junto já que o momento é de união, senão a gente fica muito longe, fica muito ruim. Vamos ficar mais juntinhos porque nós temos que ficar unidos. Convidar a Vereadora Regina Braga para estar com a gente aqui na frente também, o Secretário Municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano Gabriel Gobbi, o Jornalista Mauro Verkema, e vou chamar o Guto para estar com a gente na frente aqui, cadê o Guto? Citar a presença da Cristina Simão, Arquiteta, representando o Diretor do IFMG Artur Versiani, recebendo algumas correspondências solicitando que justificasse; primeiro o Promotor, Doutor Ronaldo de Assis Crawford: em atenção ao convite para a Audiência Pública sobre o Colégio Dom Bosco, gostaria de informar que não poderei atendê-lo em razão de compromisso previamente assumido. No entanto, cumpro ressaltar que sobre o assunto do Dom Bosco, foi instaurado o inquérito civil público MPMG 0461, e a quarta Promotoria de Justiça de Ouro Preto em parceria com a Coordenadoria das Promotorias de Justiça e Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas, tem especial interesse no assunto, e não medirão esforços para zelar pelo Patrimônio Cultural, Arqueológico e Educacional envolvidos. Atenciosamente, Ronaldo de Assis Crawford, Promotor de Justiça. Uma justificativa também do Padre Odair: pede para justificar a sua ausência porque está auxiliando no mutirão de confissões na Paróquia Nossa Senhora do Pilar. Nós tínhamos recebido uma informação da Inspetoria São João Dom Bosco que eles não participariam em função de outros compromissos; eu pedi então que eles encaminhassem para a Câmara Municipal, as informações que seriam importantes para a nossa atividade. Eles mandaram o seguinte e-mail: informamos que todos os esclarecimentos foram disponibilizados nas seguintes reuniões, primeira, reunião na Prefeitura entre o Prefeito Angelo Oswaldo, o vice Prefeito Dimas, Padre Nilson e Jeanine, que são da Inspetoria. Segundo: reunião no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto, com representantes da Inspetoria, da B2, da Câmara de Vereadores, autoridades e representantes da comunidade de Ouro Preto e de Cachoeira do Campo. E terceiro, reunião no auditório da Câmara de Ouro Preto com Angelo Oswaldo, Dimas, representantes da Inspetoria, Câmara de Vereadores, autoridades e representantes da comunidade de Ouro Preto e Cachoeira do Campo. Atenciosamente, Simone Letícia Severo, que é Assessora Jurídica Interna da Inspetoria São João Bosco; então não encaminharam as informações que nós solicitamos, no entendimento deles, eles já tinham feito essas informações anteriores. Registro também a presença do Sebastião Evásio, Secretário Municipal de Agropecuária, e me solicitaram também justificar a ausência do Reitor e do vice Reitor, Professor João Luiz Martins e Professor Antenor Barbosa; vamos, na hora dos informes, falar sobre a posição deles, mas todos os dois tinham um compromisso que não puderam estar presentes. Chamo para a frente também o nosso Vereador Luiz Gonzaga, para estar com a gente na mesa. A dinâmica proposta para essa Audiência Pública, nós vamos ter o primeiro momento de informações para podermos todos nós sabermos em quê pé que as coisas andam e o quê que já foi feito, por cada uma das pessoas ou entidades envolvidas no movimento; depois vamos ter um momento de debates; e a parte final da Audiência Pública, a Audiência não tem poder de deliberação, a gente tenta sempre tirar alguns encaminhamentos que possam dar sequência ao movimento para ampliá-lo; a nossa dinâmica é essa. Nessa primeira parte, a nossa ideia é ouvir o Mauro Verkema sobre um levantamento primoroso que ele fez da história do Dom Bosco; cada um de nós conhece um pedaço mas o Mauro fez um apanhado, pelo menos eu achei brilhante em pedir que ele falasse para a gente, depois o Secretário Gabriel Gobbi vai repassar informações sobre o quê as empresas falaram no Conselho Municipal de Política Urbana e no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio; Cristina estava lá e eu também, e outras pessoas, então para termos, já que não temos a informação da empresa, teremos as informações da Secretaria a quem foram apresentadas, e por último o Guto e a Kátia falarão sobre o movimento que já está em andamento, o quê que foi feito já nesse movimento. Então nossa dinâmica é essa: nesse primeiro momento de informações, e eu quero abrir passando a palavra ao vice Prefeito, Doutor Dimas." Doutor Dimas: "Boa noite a todos, eu tenho colocado para as pessoas que o Colégio Dom Bosco, ele é um patrimônio de Cachoeira do Campo. Independente, eu digo de Cachoeira do Campo e de Ouro Preto, independente até do que vai ser realizado ali; mas nós não podemos, como cachoeirense e eu me incluo nisso, deixar de questionar e de perguntar o por quê que está sendo feito dessa maneira. Eu até entendo que a Lei de mil, oitocentos e noventa e três, que nós discutimos Flávio, por várias vezes, onde o Colégio Dom Bosco recebeu do Estado de Minas Gerais, e o Verkema vai falar sobre isso um pouco melhor, para ser com a finalidade de educação; e depois veio a Lei de mil, novecentos e sessenta e quatro, do Governador de Minas Magalhães Pinto, dizendo que a posse era realmente legal dos Salesianos, e tirando a cláusula finalidade de ser educação. Bom, o Dom Bosco veio há muito tempo fazendo esse papel educativo por um período de até quinze anos atrás praticamente com internos e essas coisas todas. A surpresa que nós tivemos foi no momento que, foi dito que o Colégio Dom Bosco seria vendido; nós não estamos aqui criticando nenhum desenvolvimento, nenhum desenvolvimento para nossa região, mas nós criticamos a maneira que os Salesianos colocaram essa situação de não ter ouvido a comunidade de Cachoeira em nenhum momento. Eu acho que isso aí se torna imperativo, que nós cachoeirenses, que nós moradores de Ouro Preto possamos buscar alternativas ainda; exceto que vender as terras, parece que quinhentos hectares de terra, o prédio não foi vendido, ele foi arrendado para essa mesma empresa por cinco anos, senão me falhe a memória parece que é isso que aconteceu. Eu entendo que se João Bosco, Dom João Bosco, o São João Bosco estivesse aqui hoje, os seus sonhos que foram várias das vezes foram colocados para a educação, ele estaria negando todas essas ações que foram colocadas. Eu acho que aqui, mais uma vez coloco à vocês: não conta nenhum desenvolvimento da nossa comunidade, da nossa sociedade que é importante; mas a maneira como essas coisas foram colocadas, a maneira sim, passada por cima de uma comunidade que está aqui presente, que já tem isso como sentimento de pertencimento e hoje é um sentimento de perda. Então eu queria deixar aqui Flávio, Regina Braga, Luiz, Gabriel, Guto e toda a comunidade, todos os que estão aqui presentes, é que nos faz aqui agora, nesse momento, buscar algumas alternativas, se ainda que possamos tê-las, para poder rever essa parte. Muito obrigado à vocês." Vereador Flávio Andrade: "Agradecemos ao vice Prefeito Dimas a sua palavra e passamos a palavra então ao nosso Jornalista Mauro Verkema para quê ele faça uma explanação sobre a história daquele imóvel, do próprio Colégio e a situação de hoje, por favor." Mauro Verkema: "Boa noite a todos, o Flávio me surpreende um pouco mas eu vou tentar improvisar aqui algumas ideias, esperando que possa ser útil nesse debate. Eu tenho passado os últimos dias em conversa constante com companheiros, são tantos aqui, tenho conversado por e-mail, pessoalmente, participado de reuniões sobre esse tema. Sou também da região, tenho residência aqui hoje, há trinta anos em Soares ali, em Glaura, e etc. O Colégio Dom Bosco representa, como disse aqui o vice Prefeito, algo da identidade espiritual, da personalidade e do sentimento de pertencimento da comunidade de Cachoeira do Campo; não é só o valor histórico ou patrimonial que possa ter aquele antigo quartel do Regimento de Cavalaria de Guarda, o famoso Dragões Del Rei, que fazem parte da história de Minas. Não é só o fato de ali ter sido o Regimento onde o Alferes José Joaquim da Silva Xavier serviu, não é só o fato de ter sido ele comandado pelo Tenente Coronel Freire de Andrade também Inconfidente; é porque Cachoeira do Campo é das mais antigas, expressivas, históricas, vilas e cidades de Minas que tem no Dom Bosco uma identidade espiritual, um pertencimento que é fundamental que não se perca, não é isso? Aqui, Cachoeira do Campo, que é das primeiras vilas de Minas como eu já disse, aqui nessa Praça se elegeu o primeiro Governador pela mão do povo no conflito Emboaba de mil, setecentos e oito, mil, setecentos e nove, Manoel Nunes Viana. Aqui, em mil, setecentos e vinte, se executou Felipe dos Santos, primeiro Mártir da história do Brasil, não é isso? Aqui, vários outros episódios marcaram o início da identidade da personalidade histórica de Minas com essa região. Entre tantos outros fatos que eu tenho escrito, o Colégio Dom Bosco tem portanto, não só identidade como eu já disse espiritual e um sentimento de pertencimento, mas também, e eu vejo muito isso em Belo Horizonte, cem anos de atividade educacional nessa região, eu andei passando lá uns e-mails para algumas pessoas em Belo Horizonte, e eu vejo, estava dizendo isso agora ao nosso Newton, o Kuruzu e outros, eu fico impressionado como é que o Dom Bosco está no imaginário amplo das pessoas, dos mineiros: várias pessoas que aqui estudaram, tiveram parentes, pais, avós que aqui estudaram, não é isso? Então, não preciso falar mais sobre o Dom Bosco, o Dom Bosco é isso, que certamente aqui nessa plateia muita gente conhece muito mais do que eu. O quê eu quero dizer e fundamentar aqui é que o patrimônio histórico que o Dom Bosco representa é absolutamente fundamental na identidade dessa comunidade: se perder o Dom Bosco para um empreendimento imobiliário, e todo empreendimento imobiliário vocês não se enganam, ele visa o lucro, é óbvio, é claro! Esse pessoal está aqui para quê? Quer ganhar dinheiro! Então eu acho que a melhor preservação desse patrimônio é para fins culturais, é para fins educacionais; por quê que a Universidade Federal de Ouro Preto não compra isso, já que está precisando desafogar o Centro de Ouro Preto? Por quê que a própria UFMG não compra isso, Viçosa? Ou outra instituição qualquer que transforme isso num centro cultural, educacional, pedagógico, que vai efetivamente cuidar dessa identidade e esse sentimento que Cachoeira do Campo tem com esse patrimônio. Então eu acho que essa luta é fundamental e vou me permitir aqui até avançar uma ideia: mesmo que não sejamos vitoriosos na possibilidade de reverter a venda, eu acho que esse movimento já foi extremamente importante, está criando consciência crítica, está criando visão das realidades dos patrimônios dessa comunidade; e o que eu acho fundamental Flávio, é que não morra esse movimento, é que daqui se tire um conselho distrital, um conselho comunitário, uma associação qualquer, que prossiga até em outras lutas que Cachoeira do Campo precisar travar. Então o Dom Bosco, essa luta é absolutamente fundamental na medida em que cria solidariedade, integração de propósitos, sinergia, comunhão de ideias, e que seja ele o germe, o embrião de uma luta muito importante para Cachoeira do Campo, que tem outras lutas a travar e desenvolver. Vocês sabem muito bem que essa região agora é objeto da cobiça e da especulação, não é só de empreendimentos imobiliários não, é também da mineração! Hoje, estão me dizendo que o próprio Eike Batista, com capitais chineses estão pensando em fazer uma grande mineração, uma siderurgia no Leite! Nós estamos com outro empreendimento aqui que são novecentos lotes de um grupo empresarial forte de Glaura à Cachoeira do Campo! Ora, Glaura tem quinhentos, seiscentos, setecentos habitantes, tem mais hoje em pouco; esse loteamento vai ter quatro mil pessoas, é compatível com essa realidade? Como é que vai ser o problema da água, como é que vai ser o problema do esgoto, como é que vai ser o problema do trânsito? É claro que não podemos ser contra o desenvolvimento, mas esse desenvolvimento tem que ser compatível, adequado, com escala, com as qualidades de vida que a região tem, não pode ser objeto dessa exploração desenfreada, sem limites, sem cuidados humanos devidos, sobretudo com o patrimônio histórico e com enfim, o respeito às condições de vida deste local. Então o que eu acho mais importante dizer aqui abreviando, é que desse movimento saia algo permanente, algo perene, algo forte na consciência histórica, crítica, humana, política do povo de Cachoeira do Campo, muito obrigado." Vereador Flávio Andrade: "Agradecemos ao Mauro Verkema, passo a palavra ao senhor Secretário Municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano, Gabriel Gobbi, para falar sobre as informações dadas pela Inspetoria e pela empresa na reunião do Conselho de Política Urbana." Gabriel Gobbi: "Boa noite a todos, gostaria de cumprimentar aqui nas pessoas do Doutor Dimas e do Flávio, todas as autoridades, Legislativo e Executivo, e os presentes. Naturalmente eu concordo com as palavras do Mauro Verkema, só uma pequena ressalva de que o fato de nós termos hoje uma Secretaria em Ouro Preto, que é voltada para a normatização e avaliação de todos os empreendimentos do Município, às vezes até visto de uma forma crítica por alguns; eu acho que foi um avanço fantástico para o nosso Município. As questões aqui colocadas das pessoas, dos empreendedores imobiliários ou mineradores, eu acho que hoje elas passam por um momento diferente: na parte que tange a Secretaria de Patrimônio, nenhum empreendimento hoje, desde uma pequena construção até um grande empreendimento, deixa de ter uma avaliação técnica, não só pelos técnicos da Secretaria, como na obediência Legal das normativas que hoje existem, como também através dos Conselhos que compõe hoje, ou fazem parte integrante da Secretaria de Patrimônio. Então o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto, ele tem tido um papel fundamental nas suas avaliações e pareceres que acabam norteando as decisões do Conselho Municipal de Política Urbana, que é o Conselho deliberativo que aprova ou não algum empreendimento. O Mauro Verkema disse muito bem, o Doutor Dimas também, nós estamos em um momento em que as especulações, elas estão presentes em todos os municípios. O quê difere a especulação é se ela agrega valores positivos ou não àquelas comunidades onde elas pretendem se instalar; em princípio eu tenho falado, não só como Presidente do COMPURB, o Conselho Municipal de Política Urbana mas como Secretário de Patrimônio do Município, que em princípio todo empreendedor, todo investidor, ele é bem vindo ao Município de Ouro Preto, só que com características de respeito às tradições, de preservação da nossa cultura e dos resultados que ele pretende deixar para os nossos munícipes. Então em princípio, nós não fazemos pré avaliação; o que nós percebemos e eu percebi muito claramente tanto no empreendimento de Glaura como no empreendimento agora no Dom Bosco, é que talvez a nossa cultura anterior e eu sou ouro-pretano, eu posso falar como nativo, é que não se tinha esta preocupação não só de um envolvimento da sociedade de Ouro Preto em todos os distritos, envolvimento de defender aquilo que eles entendem fazer parte da sua cultura, fazer parte da sua história, mas também dos resultados que se vai obter. Anteriormente as pessoas se omitiam mais, o exemplo disso é que há cinco anos atrás quando eu ia em algumas reuniões pela Secretaria de Patrimônio, teve ocasiões em distrito de eu estar falando para os próprios funcionários da Secretaria; ninguém se dignava nem a ir ao local para escutar o que a gente estava pretendendo construir em prol do Município. Hoje nós temos um exemplo claro disto aqui, numa quarta feira, dia de jogo até do atlético senão me engano quinta feira, e a quantidade de pessoas que nós temos aqui num Distrito de alta representatividade não só nos aspectos colocados aqui pelo Mauro, mas também como grande potencial do Município de Ouro Preto por sua localização geográfica, por seu clima excepcional, um dos três melhores do Brasil todos sabem disso, por sua história e tudo mais. Então, não querendo me alongar, o Flávio pediu para informar: quando nós tivemos conhecimento de quê havia tido essa negociação, a Secretaria de Patrimônio já estava muito preocupada, por quê? Porque nós sabíamos quando a Prefeitura foi negociar com a Inspetoria Dom Bosco, a compra de uma parte de terreno visando a implantação de indústria não poluente que foi o caso da DELPHI, eles venderam e falaram: - Não, mas nós podemos vender partes de terra! Então já estava caracterizado de quê a Inspetoria Dom Bosco não tinha a intenção de permanecer com as propriedades; tanto é que eles venderam uma outra parcela grande em frente ali ao Loteamento Dom Bosco para uma família de Ouro Preto também. Bom, a nossa preocupação, ela ficou menor e isso eu devo esclarecer, por dois motivos: primeiro porque quando nós percebemos que o chamado grupo B2, que não é B2, é BII, são dois is maiúsculos e que eles abreviadamente chamam de B2, é Banco de Investimento Imobiliário; então na verdade o grupo de empresários e de empresas que comprou, o chamado B2, é Banco de Investimento Imobiliário. Nada contra fazer um investimento, é o que eu falei, sejam muito bem vindos à Cachoeira do Campo, desde que este empreendimento ou este investimento, ele não conflite com os resultados que ele vai deixar no entorno. Então, a nossa preocupação era que algo semelhante ao Loteamento Dom Bosco acontecesse, que hoje é um problema fundiário seríssimo: um loteamento com inúmeros lotes, sem infraestrutura urbana, com muitas invasões já ocorrendo, com as ruas ocupadas, e que nós estamos tendo uma grande dificuldade em tentar regularizar para que ali se desenvolva ordenadamente uma ocupação que venha valorizar o Distrito, e não a desvalorizar. Mas no momento em que esse grupo, embora tardiamente procurou a Prefeitura, e eu tive oportunidade de participar da reunião que eles foram apresentar o projeto, e eu confesso que eu fui com muita cautela; quando eles falaram que eles estavam com a intenção de parcelar o terreno adquirido de quinhentos hectares em módulos rurais, me preocupei um pouco menos, por que? A venda de módulos rurais legalmente, quem tem uma propriedade, estando ela inserida em um perímetro urbano ou não, ela é passível de venda desde que não seja em fração inferior ao módulo mínimo exigido pelo INCRA, que são três hectares nessa região. Na região metropolitana de Belo Horizonte são dois, vinte mil metros quadrados; então por que? Não se está mudando a finalidade do terreno: se ele paga INCRA, ele é rural, ele continua com essa característica. Nós da Secretaria fizemos os estudos e as avaliações para provar a nova Lei de Parcelamento de Uso e Ocupação do Solo, cuja revisão foi aprovada no início desse ano pela Câmara, nós colocamos na região do Colégio Dom Bosco um tipo de zoneamento, porque quando você faz planejamento urbano, você separa as áreas de cada distrito ou do distrito sede dentro da maior vocação que elas tem em função de topografia, se é muito acidentado, pouco acidentado, os recursos hídricos; então aquelas áreas que nós entendemos ter uma grande importância como recursos naturais nós nomeamos, através dos técnicos e dos estudos, como Zona de Proteção Ambiental. Aquelas que têm possibilidade de serem urbanizadas como moradia são designadas Zonas de Adensamento ou Adensamento Residencial; e nós criamos uma inovação que foi a chamada Zona de Desenvolvimento Educacional, para ter parâmetros de construção diferenciados dos demais, em locais que tivessem a tendência de acolher instituições de ensino, assim nós renomeamos a antiga área que era a Zona destinada à residência na Universidade Federal de Ouro Preto, o Campus da UFOP, que hoje é uma Zona de Desenvolvimento Educacional, juntamente com o IFMG. Aqui em Cachoeira, por toda essa história, por essa tradição, pela tendência e pela necessidade futura de planejamento urbano, porque nós sabemos que Cachoeira vai crescer querendo nós ou não; pode crescer é de uma forma ordenada ou desordenada, o que nós estamos é estabelecendo regras para que seja de forma ordenada, de forma a agregar valores. Então a região do Dom Bosco, o Flávio sabe disso, toda aquela área, praticamente os quinhentos hectares são Zona de Desenvolvimento Educacional, o quê que significa isso? Se eles entrassem e daí a minha preocupação com a reunião, se eles falassem: - Nós vamos fazer um loteamento! Eu seria obrigado a me manifestar dizendo: - Olha, para fazer um loteamento para fins urbanos, lote para a construção de casas, vocês, nós vamos ter que fazer um Projeto de Lei e mudar a Lei que atualmente é aprovada na Câmara Municipal. Quando eles falaram que estavam desmembrando o terreno em módulos rurais, em princípio, em princípio se a finalidade de uso continuar a ser rural, não está se mudando o uso, ele continua o mesmo; o que se está é vendendo partes da propriedade. Não cabe nem a aprovação formal nem exigência da Lei meia sete, meia meia, que é o parcelamento do solo para fins urbanos; isso é que me tranquilizou um pouco ou seja, o fato dos módulos serem rurais. Agora, nós sabemos que muitas vezes os parcelamentos ditos para fins urbanos, eles são mascarados numa urbanização urbana, mas no caso por exemplo que eles chamam de chácara, já aconteceu muito em diversos Municípios em que parcelaram em módulos rurais e depois os módulos rurais de trinta mil metros quadrados foram adquiridos por exemplo, por trinta pessoas e cada um internamente passou a possuir mil metros quadrados sob uma forma condominial: eu e mais nove compramos um módulo, somos dez donos, a área é rural; então o Ministério Público hoje no Estado de São Paulo já entende, isso é uma fraude meia sete, meia meia. Não estou dizendo que esse é o caso lá; o que foi colocado é que lá seria para vender para cada um, uma pessoa, um naco de trinta mil metros quadrados. Bom, então o quê eu poderia dizer finalizando, é que na reunião que nós fizemos do COMPATRI e do COMPURB eles deram as informações básicas, quais sejam: existe uma intenção, não existe ainda um projeto embora já tenha um conceito de se pretender; parcelar aquele terreno rural em módulos rurais de no mínimo trinta mil metros quadrados; de se utilizar o Hotel, o prédio do Colégio para ser um hotel âncora; usaram até um termo extremamente inovador em urbanismo, eu nunca tinha ouvido falar, nem o Flávio, que é Hotel Boutique, eu nunca vi isso e eu tenho sessenta e dois anos de idade, quer dizer, foi uma grande novidade; enfim, estão inventando todo dia né, não custa ter mais uma: Hotel Boutique eu nem sei o quê é! Hotel para mim é hotel, para hospedar pessoas. Agora informaram, e essa foi a informação que me deixou mais aliviado enquanto Secretário de Patrimônio do Município, que realmente o prédio do Colégio não estava incluído na negociação, na venda, na negociação, ou seja, não foi vendido. Na negociação sim porque ele foi arrendado por cinco anos, com a possibilidade de prorrogação de mais cinco e depois mais cinco; ou seja, uma perspectiva de uso do prédio em quinze anos. Não sei se por quê desde a primeira reunião com o Prefeito nós nos manifestamos muito preocupados com a descaracterização do prédio, o Angelo se manifestou muito veementemente inclusive pelas características, temos aqui alguns historiadores que sabem a importância de alguns elementos que tem lá, não só pelo acervo móvel lá dentro que está todo inventariado pela Secretaria de Patrimônio. Então na segunda fala, quando eles foram coisa, eles já vieram com uma história de que, primeiro, o prédio vai ser totalmente preservado; segundo, os bens móveis existentes, os integrados também vão ser preservados e retornados dentro de um memorial. Mas na verdade nós não temos nada definido; e é muito importante que se faça isso da forma como nós estamos fazendo: é preferível prevenir do que remediar! Agora eu posso deixar a comunidade de Cachoeira do Campo relativamente tranquila sobre um aspecto: nada hoje é aprovado pela Prefeitura sem antes passar por todas as análises técnicas e legais, e obter a aprovação do Conselho Municipal de Política Urbana, que tem paridade entre sociedade civil e poder público, e quando é o caso de ter algum bem cultural ser, ter um parecer do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto. Então eu acho muito importante Flávio, que nós estejamos aqui hoje porque nós estamos no local onde as coisas acontecem; não adianta a gente ficar também discutindo só na sede ou em outros locais porque a maior importância, e eu tenho dito isso, o maior patrimônio de Ouro Preto começa pelos seus cidadãos; e eu não estou fazendo isso demagogicamente. Nós cidadãos de Ouro Preto, eu sou, eu acho que nós somos o maior patrimônio, e a nossa história, ela também vai ser contada daqui para frente; dependendo do quê nós aprovarmos, dependendo do quê nós fizermos, a história vai estar contando no futuro. Então, com relação à Secretaria, com relação aos Conselhos deixo clara esta posição: não somos nem contra, nem a favor; nós somos a favor de avaliar, de saber quais são os objetivos, quais são as consequências, como é que vai ser a água, como é que nós vamos lidar com os problemas para então sim o Município se manifestar se isso é bom ou não para o Município, em especial para Cachoeira do Campo. Muito obrigado." Vereador Flávio Andrade: "Agradecemos ao Gabriel Gobbi as informações, a última informação, pedimos então o Guto e a Kátia, parece que eles tem uma apresentação, um quadro de slides para fazer, para informar o quê que foi feito até agora, quais os encaminhamentos que já foram disparados para que a gente entre na outra fase que seria a fase então de discussão, ou de manifestação da comunidade." Kátia: "Boa noite a todos, meu nome é Kátia e eu estou aqui como representante da Associação em defesa da Educação e Patrimônio Público que nós criamos em Ouro Preto; e estamos participando da luta aqui com relação ao Dom Bosco. Até o momento, o quê que a gente, a análise que a gente faz dessa situação toda é o desvio do uso do Colégio Dom Bosco; e todo mundo sabe, o Mauro disse muito bem sobre isso aqui, o Colégio era uma propriedade pública, e que a única razão para ela sair do patrimônio coletivo e ser entregue a uma Associação Religiosa, é que ela produzisse um efeito de promoção humana, promoção social através da educação; ou seja, foi o único motivo para você pegar uma propriedade de enorme valor e transferir para uma, para mãos particulares, que embora todo mundo seja católico de um jeito ou de outro, a igreja não é uma instituição pública. E foi uma surpresa para todo mundo descobrir, porque a gente, na época que essa doação foi feita, que passou do Estado para os Salesianos de forma definitiva, isso foi feito em mil, novecentos e sessenta e quatro e não havia essa possibilidade de divulgação, nós não tínhamos internet, poucos jornais; em mil, novecentos e sessenta e quatro Ouro Preto era uma outra Ouro Preto, enfim, pouca gente ficou sabendo que houve essa transferência. E naturalmente também nessa época ninguém consultou o povo; a gente só começou a desconfiar que havia a questão quando eles começaram com o Residencial Dom Bosco; daí é que veio à tona essa questão. Nós temos, complementando o que o senhor disse Doutor Dimas, nós fizemos uma análise da Lei já com alguns consultores, a Lei de Sessenta e quatro na verdade, ela não retira a cláusula porque ela fala: "Nos mesmos termos da lei de mil, oitocentos e noventa e seis", mil, oitocentos e noventa e três, você tem razão, noventa e seis foi quando ele foi inaugurado; se ela diz que é nos mesmos termos, permanece a finalidade, a vinculação. Então uma das grandes bases do nosso movimento é que não pode haver esse desvinculamento, a Lei não permite, ela não abre isso! Ela não diz: "Fica revogado a cláusula tal, e tal e tal." Ela não revoga a cláusula, ela diz claramente: "Nos termos." Se é nos termos, é nos termos totais, não é metade! Essa é a primeira análise jurídica que a gente fez; a segunda é que o Estado de Minas na realidade, não é proprietário do terreno, não poderia ter doado, digo isso por quê? Porque a Constituição de mil, oitocentos e noventa diz claramente que qualquer propriedade da Coroa passaria diretamente para o Governo Estadual exceto edificações militares, aí nós temos o (inaudível). Para doar então teria que haver uma Lei específica, retirando da propriedade o caráter militar, delimitando muito claramente quais são os limites dessa propriedade, coisa que a gente não descobriu. Em sessenta e quatro os limites foram atribuídos pelos Salesianos, também é um problema de...Então nós temos dúvidas com relação à transmissão: se ela é Federal ou não é; se ela é Federal a doação não tem efeito, a Lei já nasce nula para doar aquilo que você não herdou! Nem por Lei, nem por Lei nenhuma. E tudo o quê está ligado à propriedade pública é imprescritível, não cai mesmo depois de quinhentos anos; estávamos conversando isso agorinha mesmo e, não se adquire propriedade pública por usucapião: que você fique lá mil anos, se durante mil anos o Governo não retira dessa propriedade a característica de ser propriedade pública! Você pode ficar lá, morrer, enterrar seus filhos, seus netos, seus bisnetos que continua pública! Isso está em toda coisa...Então nesse movimento nós temos duas vertentes: a primeira é, estudar muito bem estudado a legalidade dessas transferências e acionar todos os instrumentos legais que a gente tem para verificar isso, isso é uma forma. A segunda diz respeito ao uso social da terra: também anteriormente a Constituição de mil, novecentos e oitenta e oito, você tinha o direito de uso e abuso da propriedade; significa que todo mundo que comprasse uma terra, podia fazer dela o quê quisesse, a propriedade era total e absoluta! Com a Constituição de mil, novecentos e oitenta e oito isso caiu; então diz lá que "a propriedade deverá cumprir o papel social, o uso social que melhor couber nos interesses da coletividade." Não importa se você é dono, a sua propriedade tem que cumprir o valor que a sociedade espera! Se você tem um lote e vai fazer sua casa, qual é o uso social disso? Moradia que é um direito de todos; então um lote residencial com uma casa em cima está cumprindo uma função social. Agora um lote urbano abandonado não está não, por isso você pode sofrer penalização como imposto crescente, o Gabriel pode dizer isso melhor. Agora no nosso caso aqui nós queremos deixar bem claro que o motivo da luta também, que é o segundo grande motivo, é saber se é do interesse coletivo o uso que vão dar à terra. Então, existe um empreendimento lá, muito bem; esse empreendimento vai gerar empregos, vai gerar frutos bons, mas esses frutos que vão gerar, eles tem realmente algum potencial de melhoria do padrão de vida, do padrão de emprego e que tipo de efeito que ele vai causar na sociedade. Considerando a mesma propriedade: será que nós temos outros projetos que podem dar frutos melhores, se existe, e acredito que muita gente tenha sugestões, tenha propostas sobre isso, por quê que nós temos que aceitar um projeto que já vem fechado para nós, não considera os impactos reais do desenvolvimento? E não verificar se aquela terra, se aquele projeto, ele está sendo de fato cumprindo o uso social. Eu fiz um pequeno coisa, pode ligar para mim fazendo o favor? Antes de ouvir sua fala, eu tinha uma ideia, depois que você falou eu já mudei algumas coisas...isso aqui tinha que ser um pouquinho mais pra cá né? Talvez para o pessoal da mesa acompanhar...isso eu fiz aqui uns quinze minutos antes de começar porque eu não sabia que ia ter. Então, nós temos aí a proposta dos empresários que tem um empreendimento, chacreamento, qual seria a vantagem para Cachoeira? Vamos ser bem práticos que os maiores problemas que a gente tem de desenvolvimento econômico são geralmente na área da mão de obra; então o maior problema que nós temos é de educar os filhos e depois ter vagas de trabalho. Então nesse sentido, o empreendimento de chácaras de acordo com o quê os empresários falaram conosco, isso não é um número que a gente criou, eles dizem lá: criação de duas mil vagas temporárias e criação de trezentas vagas permanentes, e setecentos empregos indiretos senão me engano; e a utilização da terra ou seja, a terra não ficaria abandonada assim, sem render nada de benefício para comunidade como ela têm sido, têm estado até hoje. Agora, nós temos umas desvantagens que a gente vê isso: a primeira delas é essa agregação caso se adote aquele sistema de condomínio, esse sistema de condomínio tem sido muito criticado porque é um sistema que nega às pessoas o direito de ir e vir; você tem que passar por uma portaria, você tem que declarar o quê que você vai fazer, o quê você não coisa ou seja, uma violação dos seus direitos pessoais. Então isso tem um aspecto legal, e tem um segundo aspecto que é, ele engessa a região para a expansão urbana futura...isso...isso é o quê eu ia falar mas, eu ia falar nisso mais à frente...(Alguém fala algo fora do microfone)...é, e que pode perder o emprego e querer continuar aqui aumentando a população de desempregados." Vereador Flávio Andrade: "Vamos deixar só a...Zezão, vamos deixar a Kátia acabar e depois nós vamos abrir a palavra, se você puder acelerar um pouquinho Kátia, por gentileza." Kátia: "E também essa questão do desmatamento para a dispersão das edificações: você tem várias chácaras, cada chácara tem um nível de desmatamento que está sendo muito criticado, essa Lei de Proteção Ambiental porque eles estão querendo aumentar o limite; então se cada chácara desmatar setenta por cento, fica com aquelas manchinhas de matas no "coisa" total, ao passe que se você tivesse um outro tipo de uso, poderia permanecer a mata numa área contínua, que é o verdadeiro sentido de preservação. Esse negócio de você protege trinta por cento, mas esses trinta por cento estão pulverizados em ilhazinhas, isso não é preservação de mata não! Isso tem que ser muito bem "coisa" porque isso para mim é criação de bolinhos, pintinhas no mapa! Tem trinta por cento naquele lote ali, trinta por cento naquele lote ali...e sabe que a mata, para preservar, você tem que preservar o ecossistema você tem que facilitar para os bichos, passar ele de um lugar para outro se você formar ilhas de matinhas, essa chácaras não atendem a essa questão da "coisa" não! E a divisão do terreno em poucos módulos também, você entende que serão módulos de alto custo, o quê vai atrair um público de fora porque vamos "coisar" que a média de renda do pessoal está numa média bem mais abaixo do que o poder aquisitivo para você comprar uma chácara dessas; ou seja, vai ser um projeto elitista mesmo que só vai dar acesso num certo nível de renda, e que essa faixa de renda não existe aqui na região, e que ela vai vir de fora, e que vai ser a segunda casa de alguém; ao invés de ser, por exemplo se for utilizar para urbanizar ou para moradia você tira um pequeno pedaço disso e urbaniza, e faz lotes pequenos, e democratiza porque Cachoeira vai crescer, tem que ir para algum lugar, e uma das áreas de expansão que nós temos é lá! Então já existe lá o Residencial Dom Bosco, um e outros bairros poderiam ser articulados porque existem aquelas faixas ao longo da Rodovia, ali mesmo indo para aquele loteamento da Vale; tudo aquilo ali é área que poderia ser utilizada para loteamentos, passa por favor para o próximo. Agora, isso aí já diz mais a respeito ao Colégio e aos seus arredores; o quê nós queríamos propôr, nós do movimento, quando eu digo nós eu estou falando em nome do movimento, queríamos propôr por exemplo que a expansão, que a UFOP está em processo de expansão, aliás todas as Universidades estão em processo de expansão, o Mauro falou de outras Universidades, não precisa ser necessariamente a UFOP, pode ser qualquer outra Universidade que se interesse, de instalar aqui em Cachoeira a sua expansão. No caso de Ouro Preto, para nós seria uma vantagem adicional porque isso aliviaria demais o Centro Histórico de receber cinco mil estudantes a mais: parece que está previsto dobrar ou triplicar o número de alunos lá. E Ouro Preto tem problemas gravíssimos já de adensamento, de moradia, de degradação porque todo mundo faz puxadinho para aproveitar os estudantes; então esse processo de descaracterização do Centro está acelerado, não só na questão das encostas, mas no meio. E nós temos problemas graves de trânsito, nós já estivemos muito perto, muito perto mesmo de perder a Igreja de São Francisco de Assis por causa de tráfego, isso talvez não seja do conhecimento de todo mundo mas o Cruzeiro da São Francisco de Assis está seguro por uma cinta de aço, porque estava desabando! E o quê que é isso? Vibração de tráfego! Então em Ouro Preto, a questão não é só interesse de Cachoeira não, eu acho que isso tem..." Vereador Flávio Andrade: "Kátia, vou pedir só para você dar uma concluída porque senão a gente." Kátia: Não, eu acho que eu já concluí tudo e com base nisso a gente manter a vinculação do prédio, da terra com a Educação; a UFOP lá em Ouro Preto é uma grande geradora de emprego todo mundo sabe, que seria uma geração de empregos de qualidade, e você falou bem porque empregos de baixa qualidade, baixa remuneração, ela não promove nenhum aumento na qualidade de vida geral, e ela se esgota porque o número de vagas é limitado, não vai crescer. Então o efeito positivo que um empreendimento desse traz na comunidade, ele acaba em poucos anos, e estabiliza num patamar ali e não sai disso mais. Então a gente precisa realmente consultar, de ser consultado; e nós temos mecanismos que é, o Estatuto das cidades prevê que a gente tenha o direito de opinar num plebiscito, isso depende é claro da classificação da área, o Gabriel esteve falando aí, mas eu acredito que o Colégio Dom Bosco já com moradias ao redor ali, já pode ser caracterizada como área urbana de Cachoeira. Então, insuma, o problema é esse, eu acho que nós ainda temos muita coisa para discutir, esse assunto ainda vai render: primeiro porque a gente vai olhar a legalidade e segundo, nós vamos estudar os projetos." Vereador Flávio Andrade: "Zezão, deixa a gente terminar aqui...não, senão a gente compromete..." Kátia: "É!" Vereador Flávio Andrade: "...é bom você falar, mas depois! Guto. Zezão, o próximo passo é nós abrirmos a palavra, senão você começa a falar e nós interrompemos as informações aqui. Obrigado pela sua compreensão, obrigado Kátia, Guto. Guto: "Boa noite, boa noite gente, desculpe a minha voz é muito forte. O nosso movimento, ele chama: "O Dom Bosco é nosso!", a gente parte do princípio que o Dom Bosco é um patrimônio do Brasil, e é um patrimônio nosso, principalmente nós cachoeirenses; então a gente parte do princípio: é nosso, pronto e acabou! Nós vamos por um pouco o movimento radical, o Dom Bosco pertence à comunidade de Cachoeira, e a gente, a gente fala assim: - O Dom Bosco é nosso! Aí chega uma pessoa: - Ah, vocês querem o Salesianos de volta? Uma pessoa falou comigo assim: - Qualquer coisa é melhor do quê o Salesianos! Eu concordo, mas como a gente não tinha uma outra palavra: - Ah, o quartel é nosso, não sei! Então, no íntimo das pessoas, o nome é Dom Bosco, então o Dom Bosco é nosso, então a gente parte desse princípio! E pelo que a gente vem estudando, eu venho observando, as possibilidades de reversão da venda é muito grande, é muito grande, por que? Primeiro, que o quartel, como dia a Lei o próprio, o quê pertencia à Coroa quando transforma em República, o quê pertencia à Coroa passa para o Estado, exceto os quartéis; e o Dom Bosco foi um quartel da Cavalaria, e logo em seguida, alguns anos depois, lá foi tiro de guerra, teve um convênio com o Salesianos; então continua ainda um pouco com a questão do quartel, então a gente acredita piamente que existe a possibilidade de reversão dessa venda. Agora contando um pouquinho da história assim, em todos os lugares que eu vou eu conto um pouquinho da história: o prédio que era uma ruína, tanto do Dom Bosco como o Orfanato, algum conhece o Orfanato Nossa Senhora Auxiladora? Lá tem umas criancinhas abandonadas, órfãs ali embaixo? Não existe esse Orfanato, só o nome; mas tanto o Orfanato como o Colégio, o quartel da cavalaria foi doado em mil oitocentos e noventa e três, e foi posto em prática em mil oitocentos e noventa e seis, com a finalidade de ter educação. Os Salesianos receberam essas terras e o prédio; juntamente com as terras e o prédio, os Salesianos receberam trinta mil contos de réis, em duas parcelas, para reformar o prédio...trinta contos de réis né! Além disso, houve uma...até nós discutimos outro dia lá em casa com o Senhor Newton, houve uma participação da comunidade na reforma, que um padre mandou uma carta pedindo que a comunidade fosse até o Dom Bosco, ajudasse na construção, com certeza como nós estávamos discutindo, havia uma decadência muito grande. Não houve ajuda financeira mas a mão de obra da comunidade cachoeirense, madeira, telha com certeza que era pré fabricada por aqui mesmo; houve essa ajuda: a comunidade ajudou a reedificar o prédio, a comunidade, o povo pobre e simples, que comia e passava fome, ajudou a levantar o prédio. Além disso, além dos Salesianos ganharem o prédio, trinta contos de réis e ajuda da comunidade, o Estado construiu uma estrada que estava abandonada entre a (inaudível) que era uma estação de ferro até o Dom Bosco; inclusive tinha uma placa, a gente vê uma marquinha da placa lá, roubaram a placa, minha mãe falava que roubaram a placa, a placa de inauguração, mil novecentos e vinte e poucos. Construíram essa estrada, não sei quantos mil contos de réis que foi a estrada, dinheiro público, dinheiro nosso, para atender os Salesianos; e os Salesianos ainda recebiam subvenções do Governo Federal, para educar, ou seja, eles receberam muito, muito! Eu estou é provocando mesmo tá gente, eu vou provocar um pouquinho! Os Salesianos receberam muito, não foi pouco não, bastante! E agora? Nos deixam, vendem, não perguntam à comunidade: - O quê que vocês acham? Qual é o melhor destino? Os Salesianos aqui é deficitário, o prédio é deficitário, não dá lucro para nós (inaudível) mais, a gente precisa de lucro, vivemos num mundo capitalista, precisamos de dinheiro! O quê que a gente pode fazer, em quê que a comunidade pode nos ajudar? Nada, nunca perguntaram nada! No ano de mil novecentos e setenta, setenta e poucos, setenta e oito, fizeram aquele loteamento; aquele loteamento é um problema imenso, a Prefeitura que o diga né? Além de ser um problema imenso porque eles não fizeram nenhuma estrutura, abrindo estrada de qualquer jeito! Tem três mossorocas imensas aqui em Cachoeira do Campo que nós chamamos de valo, aquilo ali é um crime ambiental monstruoso! Tem pessoas que arrancam uma folhinha de uma árvore e é presa por estar depredando a natureza! Eles provocaram um crime ambiental monstruoso, e ninguém fala nada! Quê que é isso? Os Salesianos provocam aquela...os Salesianos e o empresário que participou junto, os dois, provocam aquele crime ambiental agora, nós estamos brincando assim: - Nos vamos fazer uma faixa: Vão os Salesianos e ficam as mossorocas! Ficaram as mossorocas, eles vão embora, e aí? O quê que nós estamos recebendo com isso? Então essa questão é muito séria, e outra coisa, essa doação que eles admitem que podem fazer o quê querem com as terras, que foi feita pelo Magalhães Pinto, vamos lembrar que foi Magalhães Pinto: Magalhães Pinto foi...hoje comemora trinta e sete anos do Golpe Militar? Quarenta e sete anos do Golpe Militar, foi hoje para amanhã? Que aconteceu o Golpe Militar, que foi terrível esse Golpe Militar, Magalhães Pinto foi um dos cabeças desse Golpe Militar, que instituiu no Brasil a violência! A violência foi legalizada no Brasil com o Golpe Militar, milhares de pessoas estão insepultas aí, as mães não sabem onde estão seis filhos, assassinados pelo Movimento Militar! Magalhães Pinto foi esse, foi um dos cabeças do Golpe Militar! E foi ele, em agradecimento ao apoio que a igreja católica deu na época, ao Golpe Militar, que doou os Salesianos definitivamente, mas que não é tão definitivamente assim né Kátia? Cadê a Kátia? E não é tão definitivamente assim! Então foi um presente, agora com todo o respeito à igreja católica que eu faço parte, eu não sou muito católico mas minha família é católica: um dos tripés da liberdade hoje, nós estamos aqui discutindo em Audiência, a igreja católica está no meio né? A gente tem pessoas maravilhosas na igreja católica: o Dom Luciano, foi um cara que lutou, foi um Senhor que lutou demais pela liberdade, o Dom Pedro (inaudível), o Dom Evaristo, a igreja católica têm um peso muito forte na luta pela democracia; a igreja católica, os intelectuais e os trabalhadores. Então não podemos tanto criticar a igreja católica, mas no primeiro momento a igreja católica foi à favor do Golpe Militar sim, e foi um presente que Magalhães Pinto deu aos Salesianos, que foi essa posse definitiva entre aspas. Mas nós cachoeirenses, eu acho o movimento, como o Mauro falou, está nascendo aqui, uma vez o Apolo escreveu, o Apolo Lisboa, que Cachoeira era uma terra desgraçada porque nada ia pra frente! Você lembra disso? Eu não sei se você olhou essa carta, nada vai pra frente! E agora nós estamos mostrando que é diferente: a gente está transformando, nós estamos motivando essas pessoas, nós vamos lutar, nós vamos incomodar até o final, o último ponto nós vamos incomodar os Salesianos; a empresa nem tanto porque eles não são culpados. Inclusive eu acho que os Salesianos também não são culpados também não! Culpado foi o Governo Estadual que doou sem poder doar! A terra pertence ao Governo Federal e o Governo Estadual que doou; então gente, eu acho que os Salesianos não são tão culpados assim não; são porque eles deveriam pensar também na questão social. Os Salesianos deveriam sim preocupar com a questão social, discutir mais, vamos...inclusive a Escola Dom Bosco, em termos de estudantes aqui de Cachoeira, foram muito poucos, foram quase insignificantes a quantidade de pessoas que estudaram no Dom Bosco em Cachoeira, se quiser questionar vamos fazer uma pesquisa, vamos levantar quantos alunos concluíram o Ensino Fundamental de primeira à quarta série, em Cachoeira, Glaura, Amarantina, Santo Antônio do Leite e quantos estudaram lá. De cada cem, eu não acredito que meio, ou um que estudou lá; então ainda tem lá um déficit, os Salesianos tem um débito com a gente, um débito muito grande. Agora eles vão embora, vão com Deus se assim for possível, vão com Deus os Salesianos, e que agora aquelas terras, e que o prédio seja o Campus da Universidade, de preferência a Universidade Federal de Ouro Preto; vai gerar muito mais emprego: esse negócio de emprego, dois mil empregos gente, vem dois mil peões para cá, são trabalhadores, depois eles vão embora, deixam para a gente aqui nada! Não deixam nada, vão embora, eles vão deixar é briga! A gente lembra, há uns anos atrás, a Camargo Corrêa estava aqui, não...o divertimento de Cachoeira era vir na rua ver briga! Antônio Pereira, olha o caos que é Antônio Pereira é! Então esses trabalhadores não trazem tantos benefícios assim para Cachoeira, não trazem tanto benefício assim! Então a gente quer sim, a gente quer o Dom Bosco nas mãos da Universidade, as terras podem ser área de preservação, que sabe cursos de Agronomia, cursos de Veterinária, Zootecnia, e que a Cascata dê o nosso nome; inclusive se isso for feito nós vamos mudar o nome de Cachoeira, vai ser só Campo, porque a Cascata Dom Bosco, que nos dá o nome, agora Cachoeira Dom Bosco vai ser fundo de quintal de um bacana! Fundo quintal bacana, o cara: - Óh, vai te trazer e fala: Olha que bonito, tem a cascata, que dá o nome da nossa terra! Agora vai ser Campo! Cachoeira também, costuma não ter água em Cachoeira né, então a gente, Cachoeira normalmente fica sem água! Mais? Quê isso gente, nós não podemos...a nossa ideia é a seguinte: o Dom Bosco é nosso, pronto e acabou! Sem discussão! Obrigado." Vereador Flávio Andrade: "A gente agradece a fala então, algumas pessoas chegaram depois, só para informar: a gente teve o primeiro momento da Audiência Pública da Câmara para a discussão do Dom Bosco, a gente teve informações do Doutor Dimas, do Gabriel Gobbi Secretário Municipal da Prefeitura, informações do Mauro Verkema, fez um levantamento histórico, informações do movimento aqui apresentadas pela Kátia e pelo Guto. Vamos entrar numa outra fase que é exatamente a fase das considerações das pessoas que estão aqui, a gente pede que sejam todas bem objetivas, vamos marcar três minutos para cada fala; e a última etapa do nosso trabalho seria exatamente tentar levantar propostas que a gente pudesse retirar dessa noite de hoje. Então eu vou pedir, quem queira se inscrever para falar, levante a mão: o nosso serviço de Secretaria já vai até cada um de vocês para poder pegar o nome; obedeceremos a ordem de inscrição, enquanto as pessoas se inscrevem eu vou pedir então a manifestação dos outros dois Vereadores que estão comigo na mesa, a Vereadora Regina Braga e o Vereador Luiz Gonzaga, podemos ser três minutos?" Vereadora Regina Braga: "Gente boa noite a todos e à todas, cumprimentar meu companheiros de mesa aqui, na pessoa do Doutor Dimas nosso querido vice Prefeito. Bem, falar da importância, falar novamente da importância do Dom Bosco para Cachoeira, para Ouro Preto, para Minas, para o Brasil, eu acho que é desnecessário; já foi muito bem falado aqui, já foi muito bem colocado. Falado do absurdo dessa negociação sem ouvir o povo, principalmente o povo de Cachoeira também, eu acho que está todo mundo aqui é para isso mesmo né? E com razão, indignados porque é um patrimônio público, um patrimônio nosso e se vende assim, com uma finalidade, muito bem falado aqui, educacional, cultural, e se vende para...eu já estava assustada com esse empreendimento de Glaura, muito bem colocado pelo Mauro, que vão ser novecentas residências, pequenas grandes mansões vamos dizer assim. Isso aí já vai aumentar muito o trânsito, nós já temos problemas de falta de água, como é que fica mais novecentas famílias ali nessa região, que vai pegar desde o Alto da Beleza até Glaura? Como é que fica nossas belezas naturais, não é isso? Aí me vem agora essa surpresa desagradável dessas cento e cinquenta...são cem chácaras? Cem chácaras e esse hotel boutique aí, e tudo assim, sem consultar a comunidade! Mas o mais bacana disso tudo, porque eu estava conversando conversando com o Gabriel no início aqui, antigamente vinham os forasteiros e faziam o quê queriam; hoje graças a Deus essa mentalidade, o Guto colocou bem: está havendo uma transformação. É um patrimônio nosso, é nosso! E esse movimento Guto, ele é muito bacana porque está mostrando, houve um movimento em Glaura, a (inaudível) teve que ir lá e se explicar, e ser mais transparente e falar: - Não, espera aí! Glaura vai ganhar isso, isso, isso! E agora esse movimento em Cachoeira, isso é bacana demais! Isso aí me tranquiliza muito porque nós ouropretanos temos mania de aceitar tudo calado e não podemos! Então esse movimento foi bacana, parabéns para quem está aqui, que largou seus afazeres, largou sua novelinha lá das nove e veio aqui, para a gente acha solução, para a gente tentar reverter isso, pelo menos mostrar para ele: - Espera aí, isso aqui tem dono, isso aqui não é terra de ninguém não, isso aqui tem dono! E nós estamos dispostos à ir até o fim como colocou o Guto, para ser feito da forma que a gente achar melhor, que seja feito. E a Câmara está aqui hoje, Doutor Dimas, eu acho que todo mundo com esse mesmo pensamento, e vocês também: a gente unir esforços e vamos tentar fazer da forma que a gente achar interessante, não eles, ok? Muito obrigada e parabéns mais uma vez para vocês!" Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Regina, já temos alguns inscritos, a última fala da mesa, Vereador Luiz Gonzaga, três minutos." Vereador Luiz Gonzaga: "Boa noite à todos, cumprimento à todos e parabenizo pela Audiência, isso é muito importante, e é isso mesmo: tem que ter um debate e ter o respeito também, que eu acho que como alguns (inaudível) falaram aí; só que acontece é que eu acho que a gente não pode fugir de uma linha não! Se é um Colégio Dom Bosco, e aqui todos de Cachoeira sabem que é um colégio, eu acho que se deixar aí de graça do jeito que estão tentando fazer, engolir sem mastigar, ou seja, não consultou ninguém, chegaram e vai fazer empreendimento? Eu acho que Cachoeira pode estar perdendo no futuro, porque o amanhã, pode ser que Cachoeira seja emancipada e pode estar perdendo igual...como é que chama ele, o professor ali falou? O Guto falou, pode estar perdendo um lugar para fazer uma Universidade, com vários cursos e aí sim, que seria o futuro, não talvez nosso, mas para nossos filhos; então poderia estar jogando essa chance fora aí. Então têm que lutar mesmo, eu espero que aqui hoje, tem um terço do Legislativo, tem o Doutor Dimas que está, é vice Prefeito, é autoridade, tem vocês que não podem deixar a coisa aí de qualquer jeito não! E quando se fala também Guto, em Salesianos talvez não ter culpa, sou católico mas falo para você: se é colégio e eles puderam mudar o foco e a linha, então eles não estão tendo respeito também, eles não estão tendo respeito com a sociedade! Então, se eles estão visando é lucro, eles estão esquecendo que a parte do ato de doar, do ato de...igual Dom Bosco mesmo como você fala, então eles também estão fugindo do foco. Então se deixar aí de graça, eu acho que a gente tem que estar aqui é a favor de vocês, e lutar por essa causa junto com vocês; eu não sei se vai adiantar porque quando as coisas chegam para nós, já foram feitas, pronta lá de cima para baixo, eles já deixam pronto lá de cima, quando chega aqui é igual uma armadilha: Pum! Que quando fala em Salesianos gente, e eu que conheço vários lugares dos Salesianos, que tem muita terra, e eu vi num passado não muito longe, treze, quatorze anos atrás, quando o SMT, eles viviam, os padres, muitos, eu não tenho nada contra os padres não, sou católico, mas eles viviam incentivando para arrumar terra para os outros e essas coisas, mas deles mesmo, eles não davam para ninguém não! Eu não vi o Salesiano dando terra para SMT, para nada não, eu não vi não! Ele incentivava a pegar outras terras, mas a deles que tinha muita, não fazia não; e agora que é para um intuito bom, que é para Cachoeira do Campo, que é para preservar um colégio, preservar patrimônio histórico, eles já querem é vender, é visar dinheiro! Então, assim nós estamos perdidos nesse mundo; então estamos na luta com vocês, tenho certeza que o Legislativo também vai estar, lutando por essa causa junto com vocês. É só isso, muito obrigado." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Luiz, nós temos quatro pessoas inscritas, nós vamos seguir aí o sistema que a gente sempre utiliza: ouvir três pessoas e depois na medida que há necessidade, alguém da mesa se manifesta. Já se inscreveram a Kátia, o José Avelino Zezão, o Sebastião Ervásio e o Juca; Kátia, três minutos por favor. Quando estiver acabando eu dou um toquinho na mesa, tá bom Kátia?" Kátia: "Bom, a primeira coisa que eu quero pedir é que vocês continuem assinando as listas, fortalecendo, nós já temos alguns milhares de assinaturas mas vamos continuar; e temos uma página de votação eletrônica no site do Fala Ouro Preto, que está lá para vocês mandarem para os seus amigos, porque isso é de interesse não só de Cachoeira do Campo não! Educação e Patrimônio Público é interesse difuso, é de todo brasileiro, ainda mais que os prédios têm uma vinculação muito forte com o primeiro movimento de autonomia nacional, que é a Inconfidência Mineira, então isso também justifica. E uma segunda coisa é que a gente queria pedir à Câmara para estudar o projeto de tombamento dos prédios em nível Municipal; acho que é essencial colocar uma proteção em cima dos prédios de imediato. Isso não é a luta toda, não resolve tudo mas é um mecanismo de proteção que a gente já pode ter, é só isso." Vereador Flávio Andrade: "Está bom, já é uma questão que eu pedi, depois para o Gabriel falar, já há um pedido de tombamento do Dom Bosco anteriormente feito, então Gabriel, você já anota por favor para depois falar sobre isso. O segundo inscrito é Zezão, José Avelino Murta Gatti. Zezão, quando estiver terminando o tempo eu dou um toquinho na mesa, está bom?" Zezão: "Ok. Boa noite a todos, em primeiro lugar eu queria dizer sobre o Dom Bosco. Muitos de vocês não sabem: Brasília, não é Nossa Senhora Aparecida padroeira de Brasília, é Dom Bosco! Foi Dom Bosco que previu Brasília! Brasília em forma de um avião porque Dom Bosco sonhou com o trem que voava, que tinha uma asa, era um vagão cheio de janelinha e ele voou; e Dom Bosco previu que o Brasil ia ser a capital, Brasília a capital do terceiro milênio! Dom Bosco em sonho, viu que o Brasil ia ser a maior potência do mundo no terceiro milênio! Que daqui do Brasil ia jorrar ouro e mel das suas entranhas, que o Brasil ia ser a maior nação do mundo! Esse Dom Bosco, se os Salesianos estão, ora, em todas as coisas existem pessoas boas e existem pessoas ruins; disseram bem aí: alguns Salesianos estão fazendo o contraponto, estão fazendo o contrário que o Dom Bosco pregou! Dom Bosco queria escola, por isso eu tenho certeza absoluta, absoluta, por fé, Guto disse bem: - Vamos respeitar as religiões, por fé! Cachoeira do Campo vai ter uma Universidade aonde o Dom Bosco quis! Eu tenho certeza disso por fé, por fé! Estou vendo as filhas de Maria aqui: - Vocês podem ficar tranquilas! Nós vamos ter uma Universidade, nossos filhos, nossos netos vão estudar lá porque Dom Bosco quis assim! Aí vem um segundo lugar: cascata! Guto, meus parabéns mais uma vez! Gente, no Rio de Janeiro, já pensou o Corcovado no Rio de Janeiro ser tomado por uma instituição particular? O carioca fala: - Não, o Corcovado não é nosso mais não! Pois em Cachoeira já aconteceu isso: a cascata não existe para o cachoeirense! Cachoeirense não pode ir lá onde é referência de seu nome, é Cachoeira do Campo! É um absurdo um negócio desse, não dá para entender um negócio desse! A última reunião aqui, eu falei que tem um filme de ficção que fala assim: - As pessoas foram numa ilha e roubaram o macaco da ilha que era o King Kong, e o povo da ilha perdeu a referência! Nós estamos perdendo nossa referência que é o Dom Bosco e a nossa cascata, é um absurdo! Alvará: Gobbi, pelo que você falou, eu espero que eles não tenham esse alvará para poder colocar lá o quê eles querem, e..." Vereador Flávio Andrade: "Zezão, conclui por gentileza." Zezão: "...só um minutinho...vinte e um de abril...gente, vamos pegar o povo de Cachoeira do Campo, vinte e um de abril, vamos cercar essa porcaria dessa BR aí, e vamos parar esse trem tudo aí, e vamos mostrar para o Brasil o quê está acontecendo aqui! Vinte e um de abril está aí, vamos aproveitar isso! Muito obrigado, e que Dom Bosco nos abençoe, Nossa Senhora Auxiliadora." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Zezão, o terceiro inscrito é o Sebastião Evásio, Tião; três minutos por gentileza Tião." Tião: "Boa noite a todos, só...todos já falaram da importância, isso é inegável, das terras que estão dizendo, e eu acho importante, aí uma sugestão para a mesa, para o Flávio que a gente possa, sabe que eu desejo, é manifestado da Universidade, do povo de Cachoeira que se crie aqui Universidades, extensões da Universidade, ou a própria Universidade de Cachoeira; então Flávio, que a gente possa ter contato com os Reitores da Universidade que a gente tem, documente isso, que a Universidade documente: - Olha, nós queremos ter uma extensão em Cachoeira do Campo, a UFOP faça isso, a Universidade de Viçosa faça isso, IFMG faça isso, para que, acho que dá mais força, até aos grupos formados aqui, as entidades, de que realmente Cachoeira deseja isso; e não só Cachoeira como até também as Universidades querem se expandir, então, que tenha isso porque eu posso até, quer dizer, e merece né? Colocar, eu tenho uma cópia que eu consegui o ano passado, de um documento que fala das terras do Salesianos e da Salesianos; eu fiquei até assustado, a divisão, o quê pertencia ao Salesianos e o quê pertence aos Salesianos era a estrada do Leite; Vila do Cruzeiro, onde que eu moro, Vila Alegre, São Francisco, tudo era, tudo pertence aos Salesianos, fiquei até feliz: - Eu fui um dos que ocupei terras Salesianas! Eu e mais mil famílias em Cachoeira, então fizemos uma ocupação pacífica! Então agora está na hora da gente ocupar também, nem que seja sem ser pacífico, nem que seja na porrada né, me desculpe a expressão! Então, se o pessoal fizer isso vai fortalecer ainda mais os movimentos, que as Universidades também se manifestem documentalmente; às vezes a gente é muito criticado: - Ah, vocês não tem documento, não recebemos nada como falaram! Nos apresentamos aos Salesianos, não recebemos nenhuma proposta! Eu acho que é até ridículo falar isso, como se estivesse negociando mesmo. Então que se pudesse ter das Universidades esse desejo documental de ter uma expansão ou uma Universidade aqui, obrigado." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Tião, temos o Juca inscrito, só informar Tião, na reunião que a gente teve do COMPURB o Tião estava lá, o Jeanine que é da inspetoria da Fundação Dom Bosco foi questionado por quê não foi conversado com a UFOP; ele falou que não tinha recebido nenhuma proposta formal da UFOP e eu desmenti na mesma hora porque eu fui um dos signatários junto com o Prefeito, e junto com o Presidente da Câmara Júlio Pimenta, que entregou à inspetoria uma proposta de implantação da UFOP no Dom Bosco; esse documento eu tenho cópia dele; então foi sem sentido a argumentação dele. E outra, o Reitor também já manifestou à mim e à outras pessoas que se aquele prédio for passado para a UFOP, este ano ele implanta cursos presenciais da UFOP aqui em Cachoeira do Campo..." Pessoa não identificada: "Só completando um pouco, eu mais o Guto inclusive estivemos com o Reitor né Guto, numa reunião logo depois daquela reunião que nós tivemos aqui, e eu tive mais uma depois disso Guto, e a Universidade Federal de Ouro Preto, a UFOP foi clara: ela tem toda a condição de estar instalando aqui e, instala esse ano ainda se for necessário, em agosto desse ano, basta que isso aconteça! E outra coisa, Tião? Esse documento que o Flávio colocou, existe um documento, Prefeitura Municipal de Ouro Preto, Câmara Municipal de Ouro Preto e UFOP, pedindo sim aos Salesianos que desse prioridade a que isso acontecesse; então é mentira deles falar que não tinha esse documento, porque tinha sim!" Vereador Flávio Andrade: "Completando ainda a informação antes de passar para o Juca, também o IFMG, o Artur e o Caio me falaram a mesma coisa, que teria interesse tanto do IFMG também de se instalar aqui. O último inscrito é o Juca, não tem mais ninguém inscrito, a gente, depois da fala do Juca, traz a palavra à mesa de novo, para poder dar outras informações. Juca, por gentileza." Juca: "Alô, Boa noite! Boa parte já me conhece, eu sou o Juca, e no qual fui Presidente do Clube do Cavalo durante quatro anos; e junto com o padre (inaudível) que conduzia o Colégio Dom Bosco, nós tentamos resgatar a história, que eram as cavalgadas, muitas pessoas participaram conosco, quatro anos nós fizemos essa cavalgada de Cachoeira do Campo ao Dom Bosco, no qual nós fizemos dentro da carruagem, uma vez nós fizemos até uns carneirinhos puxando a carretinha com o Dom Bosco, e tentamos resgatar isso aí; mas por infelicidade nossa, o padre (inaudível) foi embora, e não conseguimos mais fazer a cavalgada. E sobre o desenvolvimento de Cachoeira do Campo, hoje nós já vivemos com muita preocupação porque Cachoeira virou cidade moradia. Hoje gente, quem depende de Cachoeira do Campo, do trânsito de Cachoeira do Campo, no centro, numa sexta feira de tarde, próximo à um feriado prolongado, você não anda! O Gabriel está aqui...é qualquer um; hoje gente, temos que preocupar com o nosso patrimônio! Não tem dúvida que a nossa Matriz e outros patrimônios é a nossa história, mas esqueceram do povo de Cachoeira do Campo! Viraram o trânsito todo para a rua Santo Antônio: ou ninguém sobe, ou ninguém desce! Se você estiver uma emergência para sair com um doente, um período aí da tarde, um dia de sábado, um feriado, você não passa! Se fala muito em aeroporto em Cachoeira do Campo: não sei qual o projeto, vou falar se eu estiver errado, me desculpe! Qual vai ser o acesso para o aeroporto de Cachoeira do Campo, que está projetado para o Alto da Beleza, pela rua Santo Antônio? Aonde que é mão e contra mão? Eu como motorista, trabalho no ônibus, tenho horário para cumprir nas empresas, eu entro em desespero porque o cara pára o carro na contra mão, desce na contra mão, encontra com uma carreta e não passa ninguém. Aí nós vamos trazer mais moradia para Cachoeira do Campo? E nós humanos? Também somos patrimônio, temos que preocupar com isso! Então os próprios comerciantes hoje, do centro de Cachoeira do Campo estão preocupados, estão pensando em sair do centro de Cachoeira do Campo, porque além dela ser pequenininha, eles estão querendo aumentar mais moradia para Cachoeira do Campo, e nós, como quê ficamos? É só isso, obrigado." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Juca, a gente traz a palavra à mesa para algumas questões que foram colocadas. Peço ao Secretário Gabriel que trate sobre a questão do tombamento e do avará citada pelo Zezão, três minutos." Gabriel Gobbi: "É, só informando aquilo que eu falei...três minutos, primeiro: a Lei do Parcelamento de Uso e Ocupação do Solo do Município em princípio, não permite que se implante um empreendimento ali, a não ser de desenvolvimento educacional. Isso mostra que os nossos estudos realmente não estavam errados quando a gente verificou as tendências naturais e as necessidades naturais de cada Distrito do Município. Segundo lugar: a AMIC, Associação dos Amigos de Cachoeira do Campo, fez uma solicitação; o tombamento municipal, ele é feito através do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto, nós já fizemos alguns, uma série de tombamentos municipais, o mais recente foi a Capela das Dores aqui, até emergencialmente, para que nós pudéssemos aplicar recurso pelo risco que a Capela estava tendo com o desabamento do telhado, e está até em obras. Mas a AMIC já havia solicitado ao Conselho pelo tombamento do prédio do Colégio Dom Bosco; este pleito foi levado ao Conselho. No dia três de outubro de dois mil e seis, o Conselho votou aprovando a abertura do processo de tombamento; então hoje existe um processo de tombamento aberto. - Ah, por quê que não foi feito até hoje? Porque existe uma lista de bens solicitados para tombamento, e esse trabalho de tombamento, ele tem uma série de procedimentos Legais: você tem que fazer um levantamento histórico do bem, você tem que inventariar todos os bens existentes ali, com sua história e tudo mais. Então é um processo realmente demorado, e como nós temos muitos bens a serem tombados, esse processo está em andamento. O quê houve foi, que poderia ter saído mas igual eu falei, a Capela das Dores acabou sendo priorizada em razão do risco que ela tinha de perda; então eu acredito que, independentemente do uso, da finalidade ou do proprietário, esse processo de tombamento daquele prédio, ele deve ser concretizado possivelmente ainda esse ano, no mais tardar no ano que vem." Vereador Flávio Andrade: "Alvará Gabriel, sobre o alvará que o Zezão perguntou." Gabriel Gobbi: "Ah sim, bom, o alvará, para um empreendimento imobiliário, ele só é concedido se estiver em conformidade com a Legislação do Município: igual eu falei, hoje não há nenhuma entrada de processo de parcelamento da área do Colégio Dom Bosco; o quê se tem conhecimento é da intenção de fazer isso. E igual eu falei aqui anteriormente, Ouro Preto hoje vive um novo momento né, as pessoas para poder fazer as coisas, elas tem que passar pelos procedimentos Legais, e naturalmente qualquer empreendimento que for feito sem aprovação, naturalmente ele vai ser embargado. Então somente após conhecer a proposta é que a Prefeitura vai poder avaliar e verificar, inclusive através dos procedimentos de Audiência Pública, análise técnica, aprovação dos Conselhos é que vai ser possível fazer ou não a aprovação, entendendo que só será aprovado se tiver trazendo benefícios para o Município, e para os Distritos." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Gabriel, nós temos mais duas pessoas inscritas da comunidade presente, estamos na segunda fase que é exatamente de considerações e manifestações, para passar para a última de propostas. Eu vou pedir então, a próxima inscrita é a Vanessa, depois tem o Kuruzu. Enquanto a Vanessa estiver falando, quem ainda quiser se inscrever para se manifestar, fazer algum comentário, alguma consideração vai ficar aberto o tempo. Ao fim da fala da Vanessa encerramos as inscrições para essa etapa de considerações e partimos para a outra etapa de propostas, Vanessa com a palavra por três minutos." Vanessa: "Então, boa noite a todos, não vou usar os três minutos não, eu acho que já deve talvez até ter sido falado mas é que eu, na correspondência que a gente está tendo via e-mail, surgiu lá que há cem anos já houve uma manifestação da comunidade cachoeirense, pedindo que o Dom Bosco tivesse uma destinação, uma devolução, que aquelas terras ali fossem devolvidas à comunidade, não é isso? Se eu estou enganada, as pessoas que postaram isso na nossa comunicação, que se manifestem. Mas é isso aí, é dizer que a luta não é de hoje não, que nossos antepassados já estavam acordados para isso, e que hoje se está renascendo esse movimento graças à Deus, que a gente leve isso a fundo mesmo, com o apoio de toda a Gestão, os políticos, todo mundo aí, os Vereadores, porque também eu acho que fomos omissos, nós a população, mas principalmente os governantes né gente, porque quem deveria realmente estar defendendo o povo, o patrimônio e abrindo, quem tem os mecanismos Legais, mais do quê a comunidade, são os Vereadores, são, o Prefeito ou todo o Poder Público aí, o vice que é o nosso morador aqui de Cachoeira. Então é isso, boa noite, obrigada, vamos lutar." Vereador Flávio Andrade: "A mesa agradece, tivemos outra inscrição do Zezão, alguém ainda se inscreve para essa fase, encerramos? Então encerrada, a próxima fala é do Kuruzu, é o penúltimo a falar nessa fase." Kuruzu: "Parabenizar a Câmara pela realização da Audiência, cumprimentar à todos da mesa, a pessoa do Doutor Dimas, Flávio presidindo esta Audiência, e dizer...assim, nós estamos falando aí, xingando vamos dizer assim, os Salesianos mas temos que agradecer também porque eles estão dando essa sacudida em Cachoeira, uma ação deles está dando uma sacudida em Cachoeira; eu acho que Cachoeira a partir de agora, será outra né, eu tenho esse sentimento. Com as pessoas que eu tenho conversado, que eu tenho ouvido, Cachoeira do Campo, à partir de agora será outra. E uma coisa que me já foi dita também, e eu acho que vale a pena ser pensado sobre ela é que Cachoeira vai ser muito diferente daqui há dez, quinze anos do que é hoje: quer seja porque vai se instalar lá o chacreamento, quer dizer, não vai né, mas se fosse instalar, o hotel de luxo, o loteamento que o Mauro se referiu, entre Cachoeira e Glaura; essa própria superlotação de Ouro Preto, não cabendo mais gente, a população vai continuar crescendo, então Cachoeira vai ser muito diferente dentro de dez, quinze anos eu imagino né? E para que seja uma cidade cada vez melhor para se viver, é preciso que haja planejamento adequado; eu não sei se aqui tem; Gabriel, Secretário Gabriel, um Plano Diretor específico de Cachoeira do Campo, não é? Se tem, é bem detalhado? Tem né? E é importante que ela seja observada, porque a gente tem Leis que são feitas e não...Leis que pegam e Leis que não pegam; então é a comunidade que vai ser a principal fiscalizadora, guardiã e observadora do cumprimento dessa Lei; porque se vai aumentar tanto o número de habitantes aqui: uma rua que hoje atende não é, daqui há...quando a cidade estiver mais cheia, aí vem os carros e etc e tal, essa rua não vai atender mais. Então é preciso pensar muito, pensar também nessa questão, além de ser cortado aqui pela BR né. E o potencial turístico de Cachoeira, pelo visto está sendo, está aflorando agora com essa história toda, rica de Cachoeira do Campo, qual é o turista que passar em Cachoeira do Campo para ir para Ouro Preto, sem parar, sabendo dessa riqueza toda que o Mauro contou, que a Kátia contou né? Então eu acho que está, é o momento de nesse sentido agradecer aí aos Salesianos porque eles deram essa sacudida; contribuíram pelo negativo, dar essa sacudida aqui. Se bem que também fizeram coisas boas né: educação e tal, tem um passado aí que o pessoal de Cachoeira do Campo, eu converso com algumas pessoas, concluindo Flávio, que estudaram aí e que tem um carinho com essa instituição também; existe um sentimento também de carinho aí com, os ex alunos, o senhor Newton: tem a parte boa e a parte ruim né? Então é isso, e aí Flávio, encerrando aqui, eu não sei se a AMIC ou vocês criarem uma entidade, uma associação de...que unifique toda a Cachoeira; tem a associação dos bairros né, Vila Alegre tem, Alto da Beleza tem, tem a associação dos bairros mas talvez uma entidade, já tem a AMIC que pode ser, vamos dizer assim: alavancada, incrementada ou então criar aí uma associação para desenvolvimento econômico e social de Cachoeira, a hora é agora! Caldo quente, farinha nele!" Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Kuruzu, o último inscrito, de novo o nosso José Avelino (inaudível) Zezão, é o último inscrito dessa fase, para passar para as propostas." Zezão: "É porque me deram só três minutos né, e a mesa bateu aí várias vezes..." Vereador Flávio Andrade: "Você merece!" Zezão: "Em primeiro lugar eu queria, uma sugestão: o Colégio Dom Bosco também representa a Polícia Militar de Minas Gerais, faz parte da história da Polícia Militar de Minas Gerais; eu acho que seria de bom tom que a gente convidasse eles, seria uma força a mais para a gente. E esses dias, com a morte do nosso ex vice Presidente, os Dragões da Independência ficaram aparecendo demais; eles foram fundados aqui, talvez seria importante ter essa força também junto aos cachoeirenses, para poder ajudar nessa luta, para quê o Dom Bosco continue com a gente. É uma sugestão que na hora não deu porque não deu tempo. E a outra é o seguinte: eu vi várias pessoas dizendo que se a gente não ganhar, se a gente não desse, se não der, eu não sei o quê...eu vou repetir o que eu falei antes: essa turminha aí de filhas de Maria...vocês acreditam que Dom Bosco vai deixar nós perdermos essa? Essa causa é ganha, está ok? Essa causa é ganha, pode ter certeza!" Vereador Flávio Andrade: "Zezão obrigado, a Beth está atrás de você para pegar, aí...gente, eu vou pedir que as pessoas assinem o livro de presença; só tem cinquenta pessoas que assinaram, cinquenta e poucas, nós temos mais aqui. Para efeito histórico é importante todo mundo que está aqui nesse momento, registre a sua participação nesse evento; então quem estiver por aí por favor assine o livro de presença. Nós vamos agora abrir as inscrições para a última fase, sugestões, algumas já foram colocadas pelo Zezão, já estão registradas aqui, pessoas que queiram apresentar propostas para a continuidade do trabalho, as pessoas que estão no movimento, o quê que pode ser feito em conjunto. A ideia da Audiência Pública é sempre que ela não se esgote na noite em que ela se realiza; se ajuntaram de ideias, de vontade, de indignação, que a gente possa dar outros passos em conjunto. Então eu peço que as pessoas tenham interesse em apresentar propostas, se manifestem para que a gente possa passar a elas o microfone. Então, está aberta então...claro, aberta à mesa e aberta à comunidade presente; então quem quiser apresentar alguma sugestão, proposta, encaminhamento, é só levantar a mão que o microfone chegará até você. Primeiro Doutor Dimas, segundo o nosso amigo de camisa verde; o Doutor Dimas primeiro, só um pouquinho tá companheiro? Pega o nome dele por favor, três minutos para a apresentação de propostas por parte do Doutor Dimas." Doutor Dimas: "Eu acho que dois minutos é o suficiente aqui, só para lançar uma proposta que eu acho é o seguinte: eu acho que o encaminhamento que deveria ser dado Flávio, sei que a gente tem que ouvir a todos aí, mas a minha opinião é que a gente fizesse um manifesto e entregasse isso no dia vinte e um de abril à Dilma, nossa Presidente do Brasil; eu acho que talvez essa seja a melhor maneira política da gente estar podendo resolver isso! Esse é o meu entendimento: eu acho que esse manifesto, tirar daqui da nossa comunidade, todos que tem esse sentimento de pertencimento, levar um documento à Dilma no dia vinte e um de abril, viu Zezão! Eu acho que nem precisa nem de cercar rua e nada não, eu acho que é levar à Dilma e conversar com Dilma!" Vereador Flávio Andrade: "Primeira proposta colocada, depois nós vamos colocar as propostas em votação para ver se são de entendimento da comunidade toda, o segundo inscrito é o Zé Carlos, eu peço a atenção de todos os presentes, Zé Carlos com a palavra por favor." Carlos: "Boa noite à todos, quando a escola não estava funcionando lá em cima mais..." Vereador Flávio Andrade: "Só um pouquinho Zé Carlos, gente, vou pedir só a atenção, o Zé Carlos está com a palavra para fazer uma proposta, é importante que todo mundo fale para todo mundo ouvir; então tem que ser cada um na sua hora. Então quem quiser falar, levante a mão por gentileza, Zé Carlos." Zé Carlos: "...que quando a escola funcionava lá em cima, que quando passou para o Oratório Dom Bosco cá em baixo, quem pagava estudava, e muitas crianças ia para lá com bolsa, me parece que eles viram que não tinham condições de manter essa bolsas mais, então eles cortaram tudo e também fechou a escola. Então, se é para boicotar, se a comunidade tirasse as crianças para lá e formulasse uma outra ONG para cuidar das crianças e deixar aquilo lá ali de lado, quem sabe se a Fundação Aleijadinho olhasse ali que faz um trabalho bonito lá em Ouro Preto, Cachoeira não tem. Aquilo que tem na Fundação Aleijadinho até atletas de lá que vão disputar esporte fora aí, em Cachoeira não tem nada disso; então se lá é mantido por...como diz assim, pessoas que colaboram, a Prefeitura, (inaudível) que seja, porque se vai jogar bola lá tem que pagar, capoeira estava lá e hoje não pode participar mais; capoeira parece que ela foi até para o Progresso porque não tinha condições de lugar para ir e foi para o Progresso, não sei onde que eles estão hoje mais. Nem lá pode ser usado mais: se está lá hoje com as crianças lá é porque acho que tem instituição que está mantendo e também o (inaudível); então é só para boicotar! Então se tirasse as crianças de lá e arrumasse um outro jeito das crianças (inaudível) aquilo lá também é do Dom Bosco, e um dia nós vamos perder ele também, perder o Dom Bosco." Vereador Flávio Andrade: "Do Oratório?" Zé Carlos: "Uma sugestão." Vereador Flávio Andrade: "Tá, obrigado Zé Carlos. Não há outras pessoas inscritas para propostas; Mauro Verkema por gentileza, o Mauro está aqui Beth." Mauro Verkema: "Eu acho que o mais importante talvez, que o quê estamos assistindo aqui, essa mobilização e essa comunhão de pensamentos sobre essa questão. Então Flávio, penso eu que é absolutamente indispensável, absolutamente importante que saia daqui, e esta é uma reunião oficial da Câmara de Vereadores de Ouro Preto, isso é uma Audiência Pública que é um instrumento da Lei Orgânica da Câmara Municipal de Ouro Preto, que saia daqui formalmente uma comissão coordenadora desse movimento; pode-se criar um nome, é muito importante que se crie um nome: O Dom Bosco é nosso! Comissão do Dom Bosco é nosso, uma coisa assim, porque esse movimento, ele tem que ganhar a imprensa logo, é preciso que se crie formalmente portanto sob os auspícios dessa reunião formal da Câmara de Vereadores de Ouro Preto, uma comissão coordenadora das mais expressivas figuras aqui de Cachoeira, Ouro Preto, se dê um nome e passe logo a divulgar à imprensa sobre essa questão." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Mauro, Guto pediu a palavra." Guto: "Eu queria esclarecer até mesmo ao Mauro, que já existe essa comissão, o nome saiu naturalmente, O Dom Bosco é nosso, por falta de...é, O Dom Bosco é nosso é meio assim né, ponto, nosso, acabou! Mas existe, nós estamos recolhendo assinaturas, a nossa ideia é recolher de dez à quinze mil assinaturas, inclusive está passando a lista gente..." Vereador Flávio Andrade: "Como é que estão as assinaturas Guto?" Guto: "A gente já tem umas duas mil assinaturas. O nosso objetivo era colher assinaturas no carnaval, mas choveu demais no carnaval; inclusive algumas listas perderam por causa da chuva, mas a gente fica...sábado a gente vai para a praça de novo, a gente fica lá a manhã toda, a parte da tarde na praça colhendo assinaturas. Interessante é que a gente tem que indignar né, acho que o começo da luta é a indignação: a gente fica indignado, a gente começa a lutar! Então nós estamos indignados com a atitude dos Salesianos, então nós estamos lutando sim! E o quê o Kuruzu falou é verdade: eu acho que Cachoeira vai ser um pouco diferente, a gente está mostrando que nós não aceitamos tudo pacificamente né! Muitas pessoas falaram: - Ah, já venderam mesmo! Deixa isso pra lá! Deixa pra lá isso aí! Não, a gente não vai deixar não, a gente vai até o fim sim! Nós vamos lutar até o fim, até as últimas forças possíveis! E eu acredito que, além da luta, nós vamos vencer, temos certeza! Nós...os Juizes que irão dar a palavra final vão ser sensíveis à nossa causa!" Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Guto..." Guto: "O Dom Bosco protetor da juventude!" Vereador Flávio Andrade: "...isso! Não temos outras pessoas inscritas, alguém solicita? Kuruzu, depois Sérgio Lelis." Kuruzu: "É porque a Kátia falou do site Fala Ouro Preto, e o senhor Newton...senhor Newton, como é que é ...de cabeça eu não sei o endereço lá do...Ouro Preto Org, que é o do senhor Newton, que tem lá também muita história lá né? Ouropretoorg.com...se alguém quiser anotar, porque lá tem muita coisa que o senhor Newton está..." Senhor Newton: "Nós temos colocado no nosso site uma página específica sobre o caso Dom Bosco, com depoimentos de pessoas que estão ligadas ao movimento como é o caso do Mauro Verkema, como é o caso da Kátia; e alguns ex alunos já se manifestaram, então temos fotografias. Inclusive quando foi levantada a questão, uma possível existência de armas que havia no Colégio Dom Bosco, houve alguém que duvidou; então nós esclarecemos que lá funcionou um tiro de guerra. Então tem lá as fotos do tiro de guerra, então isso está tudo lá no site; e nós estamos batalhando juntos também aos ex alunos, que hoje não são muitos entre os vivos, a grande maioria já morreu, porque vejam bem: o Colégio tem mas ou menos uns vinte anos que ele está paralisado, então grande parte desses ex alunos já morreu. Mas nós temos os descendentes, os familiares desses antigos alunos, eles estão aí e contam a história do Dom Bosco também. Então o quê nós estamos fazendo é um trabalho de retaguarda: hoje eu não quis me manifestar aqui, eu disse para o Mauro Verkema que o meu assunto mais é escrever e eu estou dando suporte com o meu site no ar. Eu vou dizer..." Vereador Flávio Andrade: "Está correto lá?" Senhor Newton: "...eu vou dizer, eu vou soletrar aqui: www.ouropreto tudo junto, traço de união, ourpoworld.jor.br; muita gente está estranhando esse nome aí, é pelo seguinte: quando eu criei esse site, eu criei com a ideia de levar o site ao mundo, não é só ficar aqui em Ouro Preto; então por isso que eu fiz dessa forma, e obtive sucesso. Apesar de aqui em Ouro Preto meu site nem constado as listas dos sites dos ouro-pretanos, que eu já tive ocasião de observar que o meu site não consta nas listas dos sites de Ouro Preto; e é o mais antigo site com o tema de Ouro Preto. Meu site é anterior ao ouropreto.com, à UFOP, à Câmara, à Prefeitura, é o mais antigo; ele foi colocado no ar na semana da cidade, julho de dois mil e um. E temos recebido correspondências eletrônicas de várias partes do mundo, já tive ocasião de receber mensagem até da China, e no entanto de Ouro Preto meu site não consta; meu site consta de vários, várias listas fora do Brasil e Ouro Preto mesmo não consta." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Newton." Kuruzu: "Está feito o comercial." Vereador Flávio Andrade: "Nós estamos com três pessoas, duas pessoas inscritas..." Kátia: "Gente, rapidinho, é só porque a lista que eu estou passando é do abaixo-assinado, é porque tem gente achando que o livro que assinou é o abaixo-assinado não é: uma coisa é o livro de presença outra coisa é a lista de abaixo-assinado, está bom? Todo mundo que não tiver assinado, assinar por favor, e eu queria convidar todo mundo para ser multiplicador, eu tenho muitas folhas impressas dessas assinaturas, dessas listas, quem quiser e puder participar, pegar, cada um encher uma folha, a gente vai multiplicar mais rapidamente essa coleta de assinaturas, tá bom?" Vereador Flávio Andrade: "Obrigado, nós temos inscritos Sérgio Lelis e Eduardo Trópia, Sérgio por gentileza." Kuruzu: "E agora Flávio..." Vereador Flávio Andrade: "Não acabou ainda não?" Kuruzu: "...tem o abaixo assinado também na internet, não é isso kátia? Tem um abaixo assinado também, a gente pode assinar agora pela internet. E para terminar Flávio, eu queria corroborar a proposta do Mauro Verkema, que é de quê aquela comissão que já está composta, que pudesse depois ao final, você convidar daqui para frente para as pessoas verem, saber se tem mais alguém interessado em integrá-la e conforme disse o Mauro sobre o auspício da Câmara, que ela pudesse ser formalizada hoje, eu acho que isso é importante." Vereador Flávio Andrade: "Tranquilo, obrigado, Sérgio Lelis por gentileza; temos Sérgio Lelis e Eduardo Trópia inscritos." Sérgio Lélis: "Boa noite a todos, eu queria só fazer um (inaudível) à proposta de (inaudível) ter cartazes, faixas, sei lá, tudo que possa chamar a atenção das autoridades que vão passar, e dos visitantes; era essa a contribuição." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Sérgio, Eduardo Trópia é o último inscrito." Eduardo Trópia: "Bem, Boa noite, Eduardo Trópia do ouropreto.com.br, eu queria falar duas coisas: primeiro, quando se fala em desenvolvimento por Cachoeira e criar mais uma entidade; eu acho que aqui já tem uma entidade forte, e Ouro Preto hoje tem uma agência de desenvolvimento que abrange Cachoeira do Campo. Quem quiser visitar até para agregar valor é a ADOP, e eu estou vendo falar na força de Cachoeira, pelo movimento. Então eu sugeriria como pouco entendedor de internet, fortalecer o nome, qual que é? domboscoenosso.com.br, clique aqui e vote; você passa a fortalecer o nome e passa a ser uma rede dentro da internet, com identidade própria, só isso." Vereador Flávio Andrade: "Obrigado Eduardo, vamos começar a conversar então das propostas apresentadas, para ver o caminho que a gente toma? Eu acho que nós temos dois que são prioritários: essa que o Guto falou e que o Eduardo reforçou agora, que é o nome do movimento todo, que Dom Bosco é nosso! Há alguma outra sugestão, ou todo mundo acha que esse é o nome mesmo, tudo bem? Quem...não estamos votando não mas, oi Eduardo?...tá, (alguém fala algo fora do microfone), isso aí, beleza. E a questão que o Mauro colocou da comissão coordenadora, Guto, a comissão hoje, como é que ela está composta, quantas pessoas que são, quem que está nela? Microfone..." Guto: "Quem tem participado das reuniões ainda é um grupo pequeno: é o Nilson que está aqui, o Senhor Newton, o Alex, o Jorge, eu, a minha esposa, a Kátia; é que a gente tem trocado e-mails e feito algum...oi? Vanessa, Kuruzu e a gente tem...tem mais alguém aí gente? A gente tem trocado e-mails, o Mauro, ou seja, no conjunto mesmo das reuniões passadas também não esteve, inclusive eu conheci ele hoje; a primeira vez que eu soube, essa união nasceu em dois momentos diferentes: uma vez teve uma reunião lá em Ouro Preto, eu fiquei sabendo que a família de Ouro Preto que é Boroni né, os Boronis compraram o terreno, eu fiquei assim: - Opa, que isso! Nós estávamos numa reunião lá do PT né Kuruzu? E uma pessoa propôs para a gente que o Deputado...eu esqueço o nome dele...Rogério Corrêa viria aqui nos ajudar e tal, mas em função daquele assassinato que teve lá na favela, eu não falo favela mas aglomerado né, aí ele não pôde vir; e ao mesmo tempo a Kátia e o Alex também começaram a movimentar. Então acabou o Mauro ligando para mim, eu não conhecia o Mauro, a gente falou por telefone e o movimento surgiu, e nesse encontro o Dom Bosco é nosso veio naturalmente e a gente foi trocando e-mails, eu não conhecia a Kátia até há três dias atrás eu não conhecia a Kátia, eu conhecia só por internet né, tudo virtual, e aí o movimento nasce assim. Mas agora nós já tivemos algumas reuniões presenciais, e está aí né? Então as pessoas que eu falei são essas: Kátia, Senhor Newton, Alex, Jorge, eu, Nilson, Kuruzu, minha esposa que estão mais presentes assim nas reuniões, mas é aberto! Porque eu acho que é o início, está modificando, está começando, e as próximas reuniões eu espero que a gente faça aqui no salão ou num outro lugar, um espaço maior: a gente faz na nossa própria casa, na cozinha tomando café; então a gente quer que, o próprio Doutor Dimas, no começo a gente trocou umas ideias. Então, a nossa proposta é para que o movimento vá crescendo: quanto mais gente, melhor! (Alguém fala algo fora do microfone)...essa questão viu Juca, é porque o começo é sempre com pouca gente, e depois vai crescendo porque a gente, já escrevemos o boletim, antes nós soltamos um boletim, inclusive se vier hoje né? Seria hoje, mas por questão de tempo a gente não teve condição de soltar o boletim; já estão elaborando faixas, nós sentamos e escrevemos várias faixas inclusive aquela que eu brinquei aqui: Vão os Salesianos e ficam as mossorocas! Vamos pôr em frente à mossoroca ali em frente ao Dom Bosco, vão os Salesianos, ficam as mossorocas. Fizemos algumas faixas provocativas, algumas faixas educativas, fizemos assim: escrevemos, agora faltam recursos para fazer a faixa, comprar...o Jorge se prontificou a pagar alguma, o Senhor Newton prontificou a ajudar em alguns boletins, eu também posso ajudar em alguma coisa; a ideia nossa é que a gente tenha um fundo financeiro que possa movimentar isso. Era melhor a gente fazer festa, mas dá muito trabalho isso e gera muito pouco dinheiro; a gente está precisando mesmo é de doações! Então nós vamos ter que sentar também e discutir como vamos receber essas doações e fazer esse material; esse corredor que ele falou seria muito interessante, se a gente fizesse um corredor de Cachoeira à Ouro Preto, na estrada, com faixas." Vereador Flávio Andrade: "Mauro, Mauro está onde? Mauro Verkema está aí ainda? É que o Mauro tinha colocado a questão da comissão; quer dizer, tem essa comissão, e até está grande, porque eu acho que fica mais difícil: uma coisa é estar as pessoas no movimento, outra coisa é uma comissão que possa ajudar a encaminhar as coisas. Não sei se seria isso que o Mauro tinha referido mas só para não...a preocupação que eu tenho Guto, até que você citou muita gente mas eu não sei...tá. Alguma sugestão de modificações da comissão, alguém se interessa em participar, alguém se oferece? Ou é essa comissão mesmo? (Alguém fala algo fora do microfone 01:54:40) Tá, então tá, a comissão está colocada então? Algumas sugestões foram tocantes na questão da divulgação: faixa, o Mauro estudou o contato com a imprensa, elaboração de documento; então tem que ter um esforço de divulgação, não sei se a própria comissão faria isso, ou se algumas pessoas poderiam ajudar, estão fazendo? Contato com a imprensa, foi feito o quê até agora Guto, o quê que foi?" Guto: "A imprensa, a gente...é que é um pouco difícil né, inclusive alguns políticos: a gente conversa com alguns políticos, um momento depois eles começam, inclusive Deputados, aí eles começam a afastar porque nós sabemos que o grupo que comprou, esse BBI, B2 né, é um grupo forte, tem pessoas poderosas por trás. A gente sabe que tem pessoas muito, economicamente poderosas, então alguns políticos entusiasmam, mas quando vê quem está por trás eles se afastam; sutilmente, educadamente, mas eles se afastam. Inclusive a imprensa também, a gente está tendo uma certa dificuldade com isso: a gente sabe que Estado de Minas e Rede Globo, principalmente Estado de Minas, não é um jornal muito lá, assim, imparcial né, ele tem lá as suas tendências; então está um pouco complicado assim, nesse ponto. Mas a gente espera mudar sim, a gente espera ter contato principalmente com as televisões menores, com a Rede Globo, com a Record também, porque a Record seria interessante. A gente está...a Folha de São Paulo também...é mais fácil em São Paulo do que Minas." Vereador Flávio Andrade: "Mauro..." Guto: "...mas e, outra coisa: se a gente fechar a rodovia nessa Semana Santa, meia hora, eu acho que vai dar um choque; a gente tem que ter a imprensa porque se fechar por fechar também, a gente fechar entregando ali o boletim, resumidinho, rápido ali eu acho que vai ser muito interessante, folder." Vereador Flávio Andrade: "Mauro, esse contato com a imprensa, você poderia ajudar Mauro, pelos contatos que você tem? Mandando um release, uma coisa assim, teria jeito? Tem? É que o assunto é quente né, o assunto é bom! Guto, você falou de um boletim, redigiram o boletim já, já tem um texto? Como é quê vocês pensaram, cópia, tirar cópias? Chegaram a pensar dimensionar isso, só para a gente poder dividir com todo mundo? Chegaram a pensar em número de cópias? Número de cópias do boletim e distribuição do mesmo, como é quê vocês pensaram? Pois é, vamos pensar primeiro na...vamos organizar nossa conversa: a produção do boletim, só um pouquinho Kátia, a produção do boletim a gente pode fazer pela Câmara; aí você passa para a gente o texto, a gente produz lá, está bom? Quem que passa para nós? Quem que passa, Kátia? Então passa para o e-mail Kátia, que a gente produz lá. Mauro pode se incumbir então de tentar acionar a imprensa Mauro, de ampliar a divulgação aí? Agora a gente podia pedir, para não gastar esse tempo agora, que a comissão pensasse nessa distribuição: aqui, se vai ser no quebra molas, se vai ser vinte e um de abril, etc, etc, etc; aí é uma tarefa para a comissão ver a distribuição do boletim. Documento aí para a Presidente Dilma, que foi sugerido, vamos pensar em quem redige esse documento, e como é que a gente aciona para entregar à Presidente Dilma. Vocês dois se incumbem, Mauro e Kátia, de elaborar esse documento? Kátia e Mauro elaboram o documento. Entrega, Dimas você pode abrir as portas? (Alguém fala algo fora do microfone). Eu sou partidário, eu dou uma sentada na rua há muitos anos, isso aí eu acho que, quando o Guto falou comigo ali de, no Leite nós encontramos, eu acho assim, que tudo o quê nós estamos fazendo aqui não chego no Mares Guia não, falando bem objetivamente! Tem que ter uma coisa mais incisiva, eu acho que está na estrada, na frente do Dom Bosco, não pode ser duas pessoas, tem que ser cinquenta; então temos um tempo para pensar sobre isso, para ver se a mobilização atingiria isso senão vira um fiasco ao invés de ser um sucesso. Então vamos pensar nisso para ver se o movimento até vinte e um de abril, consegue ter uma mobilização boa de pessoas que pudessem, além de entregar o documento para a Presidente lá em Ouro Preto no palanque, mas ter uma manifestação de estrada mesmo, isso é fundamental, dá IBOPE, dá mídia...(Alguém fala algo fora do microfone). Vou combinar de a comissão pensar nisso, amadurecer mais para ver como que nós estamos hoje...pois é Zezão, isso é que é importante: é nós sentirmos, Zezão? Se houver esse envolvimento, alguém mesmo falou aqui, o Juca falou, Cachoeira é muito grande para estar poca gente aqui; nós tentamos até informar, tentamos até contratar um carro de som para divulgar a tarde hoje aqui, mas como o fornecedor daqui não tinha nota fiscal, a Câmara não pôde contratá-lo, e era de tarde, não tinha jeito de arrumar outro. É, mas assim, é amadurecer no sentido de ter banda de música, escola, time de futebol; se tiver isso, a gente fecha aquele trevo do Dom Bosco sem muito problema, e isso dá IBOPE mesmo! Vem televisão, vem helicóptero, vem polícia, e cassetete, e cachorro, e é isso que precisa mesmo! Isso é o quê realmente chama atenção, o resto é entregar papel, é uma coisa. Então vou pedir que a comissão amadureça isso nesse período, nós estamos hoje no final do mês, temos duas semanas para amadurecer, ver se tem; e aí Zezão, isso você podia ajudar nessa consulta: a banda toparia ir para lá, o time de futebol, o grupo de jovens, quem da igreja podia ir. Essa consulta é importante, o Clube do Cavalo, o Juca estava aqui: se houver mobilização, dá para...a melhor idade, se houver mobilização dá para fazer isso em nome de Cachoeira do Campo. Então, sentar na estrada...vou colocar aqui: amadurecer! E aí pedir o Dimas que possa ver...como o Dimas vai estar no palanque, vai estar nas autoridades, se o Dimas poderia ver isso com o cerimonial, etc e etc. Já fizemos isso em outros momentos, entregando para Lula e outros Presidentes, pedir ao Dimas que tente garantir com que duas ou três pessoas ajuntem; eu me lembro que nós fomos entregar, eu acho que o Kuruzu lembra, nós tivemos uma reunião em Ouro Preto, um fato só que me impressionou muito, um mês antes do vinte e um de abri há uns anos atrás, nós queríamos entregar um documento para o Lula, e reunimos um mês antes com alguém do cerimonial numa reunião de quatro a cinco pessoas; ele anotou na agenda quatro nomes que ele ia entregar, nós fomos para a Praça sem saber. Aí, o quê que aconteceu? No dia vinte e um de abril, o cara chegou no cordão de isolamento com a agenda dele: fulano, fulano, fulano e fulano; e chamou os quatro que nós tínhamos levantado naquela reuniãozinha, entramos lá e entregamos o documento para ele. Então tem que ter, quem entregaria, às vezes também alguém do movimento que pudesse ter, de qualquer maneira, pedir ao Dimas que veja esse acesso à Dilma. Uma sugestão que eu faço, é que a gente possa...oi Tião? Está dando para ouvir todo mundo, gente, sem microfone? (Alguém fala algo fora do microfone). Desculpe, pois é, e aí, vamos amadurecendo está bom? Eu vou fazer uma sugestão Guto, que a gente possa montar uma mesinha na praça, para coletar assinatura lá na Praça Tiradentes,já foi feito alguma coisa?" Guto: "Na Praça Tiradentes não, a gente vai colher sábado agora, a partir das oito horas lá em baixo, na Praça Benedito Xavier, conhecida aqui por Praça Bom despacho ou Benedito Xavier, e, agora em Ouro Preto ainda não fizemos não mas é uma boa ideia, a gente pode em Ouro Preto sim. E outra coisa também é a gente divulgar tá? Se cada um conversar com um ou dois: - Ô gente, está acontecendo isso, isso e isso. Se cada um de vocês chegarem aqui e tal, conversar com um amigo e tal, vá divulgando, vá soltando as ideias né? E já perceberam aqui que todo mundo é a favor da UFOP no Dom Bosco, não chacreamento, está fechado né, parece que, o quê eu entendo aqui é isso!" Vereador Flávio Andrade: "Vamos tentar ver Kátia, Kuruzu que estão com o movimento em Ouro Preto, se a gente pode organizar essa coleta na Praça Tiradentes, tá bom? (Alguém fala algo fora do microfone) Gente, está, aí nós programamos lá; dinheiro para as faixas ficou em aberto; como é que a gente pode ter uma coleta, uma vaquinha para produzir essas faixas, que é importante também." Guto: "O Jorge fez um orçamento, o Jorge está aí?" Vereador Flávio Andrade: "Jorge, cadê o Jorge? Jorge, você tem algum orçamento das faixas, Jorge? Quanto ficaria cada uma, como é quê seriam produzidas, você tem? Vocês já tem, conseguiram alguma fonte de financiamento, Guto? Do movimento? Não, nada não? Duas faixas então? Já dá uma confusão danada...tá, podia tentar ver quem que a gente conseguiria para doação de faixas em Cachoeira do Campo e Ouro Preto, a gente ajuda lá para poder ver o quê que a gente consegue, mas isso...é importante, a ideia do corredor é importante para poder impactar; uma só, duas, é pouco...a AMIC tem conta? A AMIC você sabe se tem conta bancária? Tem alguém da AMIC aí? Tem não? Para abrir conta de entidade, sim, conta pessoal não, né? Está um buraco né gente, nós temos que resolver isso aí senão não faz as faixas, então, o livro de Ouro, heim? Não, não, a sugestão de conta foi para poder depositar alguma ajuda, eu não tinha pensado nisso não; eu acho que nós temos é que ter porta para bater: nós temos dez Vereadores em Ouro Preto, eu acho que podia ir na próxima reunião da Câmara e pedir duas faixas para cada um por exemplo. O Bradesco pode dar cinquenta faixas, não tem problema nenhum...pois é, tem alguém? Foram embora, mas de qualquer maneira a gente pode ver, aí se tivesse jeito de alguém do movimento estar com a gente na reunião de terça feira...podia ir na Câmara terça feira, Guto, alguém do movimento? Kátia ou Guto pudesse ir lá, só para não ser a gente pedindo: a gente vê se cada Vereador dá duas faixas, cem reais por exemplo, já seria uma...para coletar lá (inaudível) isso? Então aqui óh, setor financeiro: Vanessa UFOP; Flávio e Luiz Câmara...dá um branco assim de vez em quando...então de dinheiro, ficamos aqui incumbidos, a Vanessa tentar na UFOP, o Luiz e eu vemos na Câmara, e o Emengardo e o Guto em Cachoeira do Campo empresariado, certo? Queria notificar a saída da Vereadora Regina Braga e do Secretário Gabriel, que já estavam além do tempo. Gente, das ideias que foram sugeridas à mesa, acho que nós conseguimos encaminhar todas, vou tentar ver se eu consegui anotar todos os nossos encaminhamentos. Primeiro: Kátia e Mauro vão elaborar o documento para a Dilma; Dimas, ver o acesso lá para entregar o documento para ela; a comissão analisa e amadurece a questão de fazer alguma manifestação na estrada; a Câmara se incumbe do boletim, Kátia vai passar para a gente o boletim né? Encaminha texto...Kuruzu e Kátia encaminham o texto; Mauro Verkema intensifica o contato com a imprensa; recursos, nós estamos vendo então, Vanessa ficaria incumbida de ver na UFOP; eu e Luiz na Câmara; Emengardo e Guto em Cachoeira do Campo; alguma outra coisa que eu esqueci? O Dom Bosco é nosso falou do registro no site, isso é fácil de fazer? Eu nunca fiz registro em site. Quem que é siteiro aí, Eduardo Trópia? Você pode fazer isso e a gente paga, eu te pago? É só para...porque eu não sei fazer, computador, eu estou sem computador, tem jeito? Você tenta fazer para nós? Espera aí, vamos só fechar o negócio do...Dom Bosco é nosso.com.br, certo? Vanessa...pois é, Zezão, você pode ajudar nisso? Vanessa, por gentileza fala para...tá bom...a banda debaixo e a banda de cima, pronto? Zezão, você pega a banda de cima? Newton, você pode ajudar na banda debaixo? Não? Alguma outra pessoa pode ajudar? Senão vão ficar metade das entidades de fora né? Bom, vocês sabem a riqueza...não, nós estamos falando banda, não é a banda de música não, é a região né gente! Isso, não é a banda de música não! Gente, outras sugestões que tinham aparecido, eu não sei se foi falado, eu trouxe isso aqui já anotado, nesse documento da Dilma, propor que a União desaproprie o Colégio, é isso; a outra coisa seria propor ao Estado no parecer da Prefeitura, que o jurídico da Prefeitura fez ainda no ano passado, quando a gente estava discutindo a questão do Oratório, a Procuradora faz o seguinte: Cumpre destacar por fim que apenas o doador, o Estado de Minas Gerais, no entendimento seria o doador, possui legitimidade para alegar possível erro material ou formal na doação realizada, sem encargos, e reverter o bem ao seu patrimônio. Aqui eu estou pensando que tem um canal no Estado que eu possa encaminhar uma coisa nesse sentido, para ver se o Estado teria interesse em questionar isso, tá, tudo bem? E o da União fica na carta da Dilma; pois não, Guto? Pois é, o Promotor me disse que ele está pegando três questões no inquieto dele: a questão de investigação arqueológica que tem que fazer ali, o que retardaria qualquer ação; a questão da educação e da questão da história. Então, o inquérito do Promotor é nessas três linhas, não só aqui, mas junto com o Ministério Público Estadual, aquela (inaudível) de Patrimônio e etc; então estaria visto lá. Mas de qualquer maneira vê...pois não...Doutor Ronaldo de Ouro Preto, têm se mostrado muito incisivo nas questões que ele têm abraçado. Bom, a questão de desapropriação com Dilma ou não, isso não, pode estar reconhecendo, de qualquer maneira, como nós não sabemos se é da União ou do Estado, a ideia era bater nas duas portas: se for do Estado ou da União tem que fazer, entender eles; o que a gente queria é que esse Colégio fosse de novo público, ou do Estado ou da União, nosso objetivo é esse. Gente, mais alguma questão? É isso, fiquei de, deixei de comentar alguma proposta? Eu me incumbo de fazer o resumo disso que nós estamos decidindo e passar para vocês, por e-mail, para poder organizar as decisões. Tem alguma já marcada Guto, ou não? Mas Zezão, o que está se conversando agora, a tônica é essa mesmo; o que está se conversando agora para fechar o trabalho é exatamente isso: que a comissão já saia daqui com uma reunião agendada, para poder até ver as questões que nós encaminhamos aqui...quarta feira, aonde, que horas? Então quarta feira, sete da noite, na casa do Guto a próxima reunião, e aí até lá eu encaminho para vocês o que tiver de novidade. É isso gente? Então, a sede oficial do movimento vai ser na casa de Dos Anjos com broa e café...quarta feira, às sete da noite. Gente, não havendo mais nada, a Câmara Municipal de Ouro Preto agradece a presença de todos, cumprimos nosso papel, boa noite e vamos em frente. Para constar, Cláudia Guerra Fernandes lavrou esta ata em onze de novembro de dois mil e onze.