Diálogo e Ação pela defesa e preservação do Patrimônio Cultural

Diante do incêndio na Igreja do Rosário dos Homens Pretos em Ouro Preto, o vereador Chiquinho de Assis (PV) solicitou em caráter de urgência, uma reunião de trabalho com a Prefeitura, Paróquias, Polícia Militar e Iphan para que sejam discutidas e alinhadas ações de salvaguarda, proteção, preservação, segurança e vídeo monitoramento dos bens religiosos presentes na cidade.

De acordo com o vereador, que esteve no local no primeiro momento, junto com o chefe do escritório  técnico do IPHAN em Ouro Preto e também com os párocos Padre Marcelo e Padre Rogerio: “A cidade sentiu muito o ocorrido na Igreja do Rosário e precisamos agradecer, porque só não foi maior a tragédia, porque que um iluminado taxista, que, inclusive faz parte da Irmandade do Rosário, passou no momento exato do início do incêndio, achou estranho aquela iluminação, ligou para o Corpo de Bombeiros que foi efetivo e com poucos minutos chegou ao local.

A igreja estava servindo de abrigo para pessoas que preparam fogareiros nos pés das portas de madeira, de uma igreja barroca. Isso está totalmente errado. Ouro Preto tem como característica igrejas que são abertas no meio da via pública, com seus adros em áreas públicas. A própria igreja do Rosário é uma passarela onde se faz ali passagem pra ruas centrais da cidade como Getúlio Vargas, que dá acesso à Rua São José, da mesma forma, a igreja de São José fica localizada no meio da ladeira Teixeira Amaral, dando acesso para ladeira São Francisco de Paula, ou mesmo a igreja das Mercês e Perdões que é uma igreja que não possui o adro cercado, próxima a Praça Tiradentes.

Nós precisamos de uma atenção maior e a vontade de chegar no entendimento de precisar até que parte essa segurança pública cabe ao município, até que parte que é a Polícia Militar, até que parte cabe a arquidiocese, ao PAC das Cidades Históricas e por aí vai.

Precisamos de câmeras de monitoramento que funcionem de maneira efetiva e segurança nesses nossos monumentos históricos. O que pedimos é que seja chamada uma reunião logo. Vivenciamos com frequência pessoas que às vezes encontram abrigo nesses monumentos históricos e acabam utilizando fogo, seja para se aquecerem ou aquecerem seus alimentos, ou mesmo outras situações e colocando o bem histórico em risco eminente.

Que tipo de vídeo monitoramento, que tipo de segurança a gente pode dar esses monumentos? Nós somos patrimônio da humanidade, que tipo de investimento a Unesco está fazendo?

A Unesco não deveria apenas nos validar o título e nos colocar uma série de regras. O ouropretano sofre, as vezes deseja fazer alterações em seu telhado, ou outras intervenções em sua residência e não pode porque a cidade é tombada. Qual tipo de contrapartida a UNESCO nos oferece para proteção do nosso patrimônio?

Essa é uma discussão que precisamos ter em diversas esferas, temos que mover todo um mundo e mover as autoridades, como o próprio governador Zema, que seja através do setor de Segurança Pública, tem que se envolver. Essa questão precisa chegar nas esferas maiores do IPHAN e até mesmo ao governo federal, afinal de contas, Ouro Preto é um Patrimônio da Humanidade.

Ainda na época do saudoso Padre Simões existia a ação de convenio com o governo de estado que destinava policiais militares para rondarem os monumentos. Hoje existem tecnologias mais inovadoras. Eu sempre fui a favor do vídeo monitoramento forte ligado com a Polícia Militar de Minas Gerais, que é de fato a responsável pela segurança pública.

Essas são apenas algumas das reflexões que precisamos realizar.  Nos unir, unir os setores responsáveis, tanto a arquidiocese, quanto a comunidade, os poderes constituídos da cidade e chegarmos nas melhores ações a serem desenvolvidas. A arquidiocese é zeladora daquele templo, assina carteira de zeladores, cuida dos elementos artísticos e a cidade explora e explora também turisticamente. Sabemos a importância do casario colonial e das igrejas. Dom Geraldo sempre falava ‘tira as Igrejas de Ouro Preto de um quadro e o que sobra?’ Ouro Preto é isso, são as igrejas provavelmente os principais atrativos turísticos e culturais dessa cidade, por isso, precisamos chegar em meio termo que não sobrecarregue demais nenhum ente ou instituição.



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